terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Espírito de Natal

A análise da psicologia sobre os valores e comportamentos que nos invadem nesta época do ano



Habituámo-nos, desde pequenos, a esperar pelo último mês do ano e a sonhar com o Natal, nem que fosse pela expectativa de abrir os presentes.

Mas, e se não houvesse Natal? Sim, se o Natal fosse apagado das nossas agendas, da nossa memória, das nossas referências culturais e espirituais?

Seriamos nós mais áridos e menos stressados do ponto de vista emocional e psicológico?

Nesta frenética contagem decrescente para o dia 25, do último mês de todos os anos, alguma vez pensou nisso? Talvez não, mas alguns americanos já refletiram sobre o tema e, segundo um inquérito divulgado pela revista Newsweek, são muitos os que defendem que esta é uma época balizar para a existência e prática de alguns valores, que vários estudos confirmam até ter efeitos positivos práticos em termos do nosso bem-estar, da nossa saúde mental e até da nossa saúde física, nomeadamente cardiovascular.

Vamos a números. Cerca de 61% dos inquiridos estão convictos que, se Cristo não tivesse existido, seríamos menos bondosos. Perto de 47% não têm dúvidas de que haveria mais guerra, 66% garantem que a caridade estaria em decadência e 58% dizem que haveria menos tolerância. Concorde-se ou não com as respostas, podemos juntá-las e sintetizá-las numa só expressão: espírito de Natal. Este foi tema da conversa que tivemos com Vítor Rodrigues, psicólogo.
Stress natalício

Tempo de interioridade. Assim se pode traduzir o Natal no seu estado mais puro. No entanto, como refere Vítor Rodrigues, «em boa medida não se está a tornar uma época de maior generosidade, de humildade ou dádiva pura, mas de interesse e stress. Por debaixo da aparente dádiva há muita frustração e sensação de território invadido». Aliás, segundo um inquérito realizado pela American Psychological Association, questões ligadas ao dinheiro estão no topo da lista de motivos que mais stress causam nesta fase do ano, destacando-se também a pressão para comprar prendas, falta de tempo e endividamento com o cartão de crédito.

O primeiro passo para não nos deixarmos contagiar por esta pressão é, contudo, mais simples do que possamos pensar: tomar consciência do que está a acontecer, «o que implica sabermos filtrar os estímulos excessivos a que estamos sujeitos», defende o psicólogo. Este despertar pode ser conseguido, nomeadamente através do recurso a técnicas de interiorização, meditação e relaxamento. A esta estratégia junte ainda o planeamento de objetivos realistas, passe a encarar esta fase do ano como uma oportunidade para se (re)ligar à família e amigos, e ouça atentamente e dê feedback às suas próprias necessidades e sentimentos.

Fonte: Saúde

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

O estresse levado às últimas consequências


Estamos no fim do ano e muitos de nós nos sentimos um pouco sobrecarregados, cansados, sem foco e prontos para fazer uma pausa ao lado de nossas famílias (ou longe de nossas famílias, em alguns casos).Talvez estejamos enfrentando um simples momento de estresse. Ou talvez o nome disso seja síndrome de burnout.

Muito embora a maioria de nós costume usar essas expressões como se fossem a mesma coisa, pesquisadores afirmam que o estresse está para a síndrome de burnout como a melancolia está para a depressão clínica – é um problema muito mais sério e duradouro que, se não receber a atenção necessária, pode afetar todos os aspectos de nossas vidas, inclusive o trabalho.

A síndrome de burnout não é apenas a necessidade de uma viagem para recarregar as baterias. "É a sensação de uma exaustão constante, envolta por frustração, cinismo e um senso de ineficácia e fracasso. Inicialmente, se referia a pessoas ligadas a serviços humanos – nos setores de saúde, serviços sociais, terapia e polícia – porém se infiltrou em todos os tipos de profissões", afirma Christina Maslach, professora emérita de psicologia da Universidade da Califórnia, em Berkeley.

Maslach é pioneira no estudo da síndrome de burnout, pesquisando-a desde os anos 1970. No início dos 1980, ela e seus colegas desenvolveram o Inventário de Burnout de Maslach, que se tornou um método fundamental para pesquisar a síndrome em ambiente profissional. O inventário conta com 22 elementos nas seguintes áreas:

Exaustão emocional – Quando o indivíduo está emocionalmente extenuado, esgotado e desanimado, sem qualquer forma de recarregar as energias. É o sentimento crônico de que simplesmente não se é capaz de enfrentar mais um dia.

Cinismo ou despersonalização – É a perda do idealismo. Especialmente nas profissões ligadas à saúde, essas características podem se manifestar como uma reação negativa, insensível ou demasiadamente distante em relação às outras pessoas.

Eficiência pessoal reduzida – Quando cai o sentimento de competência e produtividade no trabalho.

Fonte: Diário do Comércio

sábado, 7 de dezembro de 2013

Medo por Nelson Mandela


Nosso maior medo não é sermos inadequados. 
Nosso maior medo é não saber que nós somos poderosos, além do que podemos imaginar. 
É a nossa luz, não nossa escuridão, que mais nos assusta. Nós nos perguntamos: “Quem sou eu para ser brilhante, lindo talentoso, fabuloso?”. Na verdade, quem é você para não ser? Você é um filho de Deus. 
Você, pensando pequeno, não ajuda o mundo. 
Não há nenhuma bondade em você se diminuir, recuar para que os outros não se sintam inseguros ao seu redor. 
Todos nós fomos feitos para brilhar, como as crianças brilham. 
Nós nascemos para manifestar a glória de Deus dentro de nós. 
Isso não ocorre somente em alguns de nós; mas em todos. 
Enquanto permitimos que nossa luz brilhe, nós, inconscientemente, damos permissão a outros para fazerem o mesmo.
Quando nós nos libertamos do nosso próprio medo, nossa presença automaticamente libertará outros.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Maus hábitos tornam sociedade individualista

Bons costumes e atitudes gentis estão cada vez mais difíceis de encontrar.
Especialista afirma que educação tem que começar em casa, pelos pais.


Educação é bom e todo mundo gosta. Esta frase já foi repetida algumas vezes pela maioria das pessoas. No dia a dia, é comum observar atitudes que classificamos como falta de educação. Mas não a educação formal das escolas, mas sim a falta de cordialidade ou de gentileza. Pensar no outro, muitas vezes, é pedir demais, alerta a psicóloga e professora universitária, Silvana Barros.

Educação é bom e todo mundo gosta. Esta frase já foi repetida algumas vezes pela maioria das pessoas. No dia a dia, é comum observar atitudes que classificamos como falta de educação. Mas não a educação formal das escolas, mas sim a falta de cordialidade ou de gentileza. Pensar no outro, muitas vezes, é pedir demais, alerta a psicóloga e professora universitária, Silvana Barros.
Pessoas deixam bandejas com restos de comida em cima das mesas de praça de alimentação de shoppings de Maceió (Foto: Fabiana De Mutiis/G1)Pessoas deixam bandejas com restos de comida em cima das mesas. (Foto: Fabiana De Mutiis/G1)

Para a especialista, a falta de cordialidade das pessoas não se trata apenas de educação, vai muito mais além. É uma questão da sociedade narcisista, do individualismo e da falta de coletividade. "Hoje as famílias não se sentam mais a mesa para fazer uma refeição. Cada um faz seu prato e vai comer no sofá, no quarto ou onde quiser e as crianças crescem vendo esse comportamento", explica. "Isso acomete todas as classes sociais, não é 'privilégio' das classes mais favorecidas", reforça a psicóloga.

A reportagem do G1 foi a lugares públicos para conferir como se comporta a sociedade hoje em dia. Foram cerca de 60 minutos na praça de alimentação de um dos principais shoppings de Maceió. Era início da noite, o local estava lotado. Nesse período, poucas pessoas retiraram suas bandejas após o lanche e as levaram até a lixeira.

A regra simplesmente virou excessão. E as pessoas agem sem nenhum constrangimento aparente. Elas compram o lanche, carregam a bandeja até a mesa, sentam-se, comem e depois se levantam. Quem vem atrás, fica sem lugar para se sentar, com a bandeja na mão. Mas isso não é suficiente para fazê-las repensar as atitudes. Após demorada busca por uma mesa desocupada - e limpa -, as pessoas lancham vão embora, deixando a bandeja para trás.

 O que é possível perceber é que adolescentes, homens e mulheres de várias classes sociais fazem o mesmo. E muitos estão acompanhados de crianças. Em uma hora, apenas um grupo de quatro pessoas se levantou e retirou a bandeja da mesa.

A arquiteta Carla Cansanção, 23, diz que talvez seja um costume das pessoas. "É muito feio, mas já virou hábito. Acho que as pessoas pensam: tem quem limpe e por isso não o fazem", diz.

O universitário Kadu Fonseca, 27, tem a mesma opinião. Ele acredita que o fato de ter funcionários limpando as mesas faz com que as pessoas pensem que não é obrigação delas retirar o prato sujo do lugar.

Na sala de cinema, a situação é ainda pior. A reportagem do G1 acompanhou o fim de uma sessão infantil e quando todos saem, a imagem é impressionante. Além das pipocas no chão que caem por acidente, tem sacos inteiros jogados no chão e muitos copos de refrigerantes no porta-copos das poltronas. Quer dizer, ninguém joga o lixo na lixeira.

 E quem poderia mudar esta situação, não o faz. Ao sair da sala de cinema, uma menina acompanhada da mãe seguia chutando um saco de pipoca degraus abaixo. A responsável não fez nenhuma menção de que iria repreender a criança pela atitude.

O problemas, infelizmente, não se limitam a ambientes fechados. No estacionamento de uma rede de supermercados não é difícil encontrar carrinhos de compras espalhados por vagas ou até mesmo nas vias por onde os automóveis devriam passar. Incomum é encontrar alguém que, ao descarregar as compras no porta-malas, devolva o carrinho ao lugar onde o pegou.

 Para a coordenadora pedagógica Luciana Mendonça Ribeiro, o cuidado com a cidade e com o meio ambiente tem que ser tratado tanto na escola quanto dentro de casa. Para ela, os pais são o espelho da criança e se eles fazem o "errado" é mais fácil para a criança repetir esse ato.

"A gente ensina, educa, muitas vezes conseguimos fazer com que o aluno mude o comportamento do pai, mas em algumas situações a referência dentro de casa é mais forte. A criança incorpora o estímulo incorreto e depois é bem mais difícil tirar", diz.

Fonte: G1