terça-feira, 30 de setembro de 2014

Cuidar dos pais não significa inverter papéis, mas zelar por eles

Envelhecer é um processo natural, gradativo e contínuo. Mas, nem por isso, a chegada da terceira idade, aos 60, deixa de ser assustadora para boa parte das pessoas. Mesmo sabendo que o envelhecimento é o único meio de viver por muitos anos, os idosos nem sempre se conformam com as limitações físicas –e, às vezes, psicológicas– que a passagem do tempo impõe. Para os filhos, o processo também não é dos mais fáceis, já que eles se deparam com a necessidade de ter cuidados com aqueles que dedicaram a vida para criá-los.
Para a assistente social Maria Angélica dos Santos Sanchez, coordenadora do curso de gestão em saúde do idoso da PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), o filho transita mais facilmente por essa nova fase quando se recusa a acreditar numa sentença já muito difundida, a de que ao envelhecermos, viramos crianças novamente.
Pensar dessa maneira, segundo ela, leva à infantilização do idoso. "Jamais seremos pais de nossos pais. Se estivermos com 50 anos, cuidando de alguém com 80, precisamos nos lembrar que essa pessoa sempre terá 30 anos a mais de experiência", declara.
Ela reforça que o respeito deve continuar sendo a base da relação entre pais e filhos, não importa a idade. "Depender de ajuda para atividades diárias, por conta de alguma patologia, não tira da pessoa toda a história de vida construída. Mesmo nos casos em que a cognição está comprometida, é preciso respeitar, na medida do possível, a vontade do outro", diz Maria Angélica.
Isso significa que qualquer decisão a ser tomada, que envolva mudanças na vida do idoso, precisa ser combinada com ele. "A comunicação é muito importante. O ideal é conversar para entrar num consenso e não tolher as opiniões do outro. É preciso explicar os prós e contras de cada alteração na rotina", explica o geriatra Alexandre Busse, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
Em casos em que o idoso não está mais apto a decidir, por conta da perda de lucidez parcial ou total, os filhos podem tomar a dianteira, mas sem deixar de respeitar a história de vida, a personalidade e os hábitos daquela pessoa.
Como regra geral, é preciso intervir apenas quando a rotina do idoso desanda. "Se o indivíduo mantém suas atividades de vida diária preservadas, sem prejuízos para o seu cotidiano, podemos considerá-lo saudável. O envelhecimento patológico apresenta, necessariamente, uma desordem cognitiva", diz a gerontóloga Sandra Rabello, coordenadora de curso de cuidadores de idosos da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).
Para perceber se há ou não há um problema, é preciso observar as tarefas realizadas atualmente pelo idoso e ver se a forma de agir mudou muito."Algumas perguntas a serem feitas são: a casa continua com a arrumação que costumava ter? Tem comida antiga na geladeira ou falta comida no armário? As caixas de medicação estão com os comprimidos usados na dose adequada? O autocuidado parece adequado? As panelas estão com marcas de queimado? Os armários ou gavetas parecem muito desorganizados?", exemplifica Maria Angélica. Vale também reparar se o familiar deixou de fazer alguma atividade por vontade própria ou por dificuldade motora ou cognitiva.
Quando as alterações são confirmadas, o melhor a fazer é levar o idoso a um médico geriatra, que fará testes para analisar as reais capacidades da pessoa, além de dar as recomendações específicas. No geral, o ambiente em que o idoso mora também deve ser pensado para não oferecer perigo. É recomendável evitar tapetes, fios espalhados e pisos escorregadios. Também vale adaptar móveis que tenham quinas ou sejam altos demais e que dependam do uso de bancos ou escadas para serem alcançados. O excesso de mobília e a iluminação fraca precisam ser, igualmente, repensados.
Os idosos que moram sozinhos precisam de acompanhamento. Porém, segundo Sandra Rabello, é preciso respeitar a independência e a individualidade deles, garantindo, ao mesmo tempo, proteção e assistência. Uma medida importante é manter, em casa, cadernos de telefones atualizados, com nomes dos principais médicos e outros profissionais que atendem o idoso, para casos de emergência, além dos endereços e telefones dos filhos.
"Também recomendo deixar em local de fácil acesso o cartão do plano de saúde e os documentos do idoso", diz a geróntologa. Outro cuidado é manter contato frequente com pessoas que estão próximas do idoso, como vizinhos ou o zelador do prédio. "Hoje em dia, existem empresas que instalam um aparelho em casa, com um botão de emergência que pode ser acionado rapidamente, em caso de necessidade. É uma medida reconfortante para os filhos e que dá segurança ao idoso que mora sozinho", diz o geriatra.
O fato de o idoso já não conseguir mais desenvolver como antes algumas atividades não deve ser suficiente para convencer os filhos de que ele se tornou incapaz de assumir qualquer tipo de tarefa cotidiana. "É errado os filhos quererem superproteger os pais. Algumas capacidades realmente diminuem pelo desuso. Mas é preciso deixar que o idoso continue fazendo o que ele sabe", diz Busse.
A dica é oferecer ajuda, mas não agir por ele, para preservar a autonomia do idoso. Assim, se ele já não consegue mais ir ao mercado, o filho pode se oferecer para fazer as compras, desde que o pai fique responsável pela lista. Da mesma forma, a dificuldade para se vestir não impede que o idoso escolha o que quer usar.
A medicação diária é um ponto que merece atenção. Para os pais que esquecem de tomar os remédios esporadicamente, a estratégia é colocar uma tabela com os horários de ingestão em um local visível, como a geladeira. Ou, ainda, separar os medicamentos em caixinhas para cada dia da semana e ligar para o familiar, lembrando-o de tomar.


"Se essas iniciativas não funcionarem, será preciso entender a raiz do problema. Muitos idosos relutam em ingerir determinados comprimidos por não estarem conseguindo engolir. Nesse caso, é necessária uma avaliação profissional", diz a assistente social. Visitas e telefonemas periódicos são fundamentais, tanto para acompanhar o estado de saúde da pessoa quanto para preservar os laços afetivos.

Cuidados profissionais

Quando o idoso chega ao ponto de depender de outra pessoa para todas as atividades básicas, como se locomover, tomar banho e se alimentar, ou, então, diante de doenças degenerativas, como Alzheimer e Parkinson, muitas famílias consideram contratar um cuidador profissional. A medida ajuda a aliviar a carga sobre a família. E, para Alexandre Busse, essa decisão é infinitamente melhor do que revezar os cuidados entre os filhos, quando a opção é levá-lo de uma casa para outra, de tempos em tempos.
"Isso provoca muitas alterações de comportamento, como agitação e dificuldade para dormir. O ideal é que o cuidador seja trocado, mas o ambiente permaneça o mesmo", diz. O cuidador profissional precisa ter formação no trato com idosos, o ideal é que tenha feito cursos em instituições especializadas. "Deve-se exigir qualificação, pontualidade, responsabilidade, ética, discrição e sensibilidade com o idoso", diz Sandra Rabello.
Caso a família já tenha esgotado todas as possibilidades de manutenção da pessoa idosa no ambiente familiar, há, ainda, a opção de institucionalizar o idoso. Nesse caso, o melhor é buscar uma instituição respeitada e com profissionais qualificados na área. 

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Separação, a única saída?


Quando a vida afetiva está desgastada parece que isso se reflete em tudo na vida e é comum muitos sentirem dificuldade em eliminar alguns quilos, principalmente por não se sentirem amados, desejados. É momento de parar e refletir o que está acontecendo.Quando a vida do casal torna-se insuportável, uma alternativa sadia pode ser a separação. Se vocês já não se falam mais a não ser o necessário, não há respeito, cumplicidade, amizade, é preciso fazer uma análise e indagar o que ainda têm em comum, além de morar sob o mesmo teto.

Caso as duas partes concluam que nada mais de sadio as une e que não é mais possível melhorar a vida em comum, pois ambos passam o tempo brigando ou sonhando com o afastamento, a separação pode ser a última opção saudável, ainda que dolorosa. Se após uma consulta séria a seu coração, ainda tiver dúvidas, procure bons motivos para vocês continuarem juntos e defina o que ambos precisam fazer para reformular o relacionamento.
Tente definir os motivos que o levaram a unir-se àquela pessoa ou a conviver tanto tempo com ela. Indague-se, por exemplo, "por que fiquei com esta pessoa até agora?", talvez você descubra coisas boas do relacionamento e motivos para tentar mantê-lo.
Entretanto, se a resposta de sua análise profunda for pela separação, não tema, siga em frente, mas siga consciente de que a separação não é uma saída mágica, nem simples. Separar-se de forma saudável, sem culpas, manipulações ou preconceitos, não é fácil. Existem casais que conversam e chegam à conclusão de que o melhor é dissolver sua união, mas não conseguem. A separação ainda é uma experiência extremamente dolorosa e desgastante.
O desejo de separar-se raramente acontece de repente. Só fica claro quando não há mais respeito, confiança, admiração, nem amor ou atração e acontece a traição. Ou ainda, quando se sente que não é mais possível realizar os desejos com o outro, quando não há mais sonhos em comum, quando não há mais saudade, vontade de estar junto.
Pode até ser que uma das partes não perceba ou finja que não percebe, mas a outra, aos poucos, vai dando sinais do desgaste, pois ninguém deixa de amar de uma hora para outra. O gesto da separação pode parecer repentino, mas o desejo já estava presente há muito tempo, por mais que não tenha sido verbalizado.
Saber que sobreviverá à separação não impede de ficar indeciso, sentir medo e a dor da perda. Qualquer decisão tomada na vida, implica em ganhar algumas coisas e perder outras, abrir certas portas e cerrar outras. Enfrentar perdas, contudo, é um dos maiores problemas do ser humano. Por isso, a perda de um relacionamento, de uma possibilidade de vida em que se acreditou um dia, precisa ser elaborada. Para elaborarmos essa perda com menos sofrimento, precisamos pensar nas vantagens que teremos com a decisão, a curto e longo prazo.
O que não podemos é ficar anos na indecisão. Quando finalmente conseguimos nos decidir e tomamos as atitudes necessárias para cumprir a decisão, é comum sentirmos um certo alívio, pois, com isto, acabam as brigas, as discussões intermináveis e as agressões, não só com o outro, mas principalmente, consigo mesmo.
Muitos casais se surpreendem ao descobrir que o ato da separação não provoca sofrimento; isso acontece quando já sofreram ao longo dos anos e quando a decisão se concretiza, o alívio é maior que a dor. Mas também há aqueles que sofrem, e muito, após a separação, pois sequer imaginavam.
Também são comuns sentimentos como culpa e rejeição. A perda torna-se dolorosa. Além da perda física do outro, perde-se a relação, os planos futuros, tudo o que se acreditou um dia e a expectativa de viver pra sempre junto daquela pessoa. Podemos e devemos nos permitir sentir a tristeza, mas sem exageros, para não cairmos em depressão. A forma de evitar isso é a consciência clara de que tudo tem limites. Apesar de não ser fácil aceitar essa realidade, ninguém pode impor viver ao lado de quem não se quer mais para dividir a vida.
A ruptura é um processo que ocorre em diversos níveis. No plano externo, precisamos comunicar nosso desejo ao outro, mas o mais difícil é o processo interno, psíquico. Nesse plano, o processo de elaboração da perda começa antes da decisão e, em geral, termina muito depois da separação. Para evitar a sensação de perda, a frustração e o luto, sentimentos inevitáveis, desenvolvemos mecanismos de defesa como a agressividade, a fuga pelo trabalho e a total desvalorização do outro. Muitas pessoas colocam-se em constante movimento, ocupando todo seu tempo e negando seus desejos e emoções mais autênticas, o que não contribui em nada para a superação da perda.
É possível, porém, aproveitar este momento de elaboração para transformar a crise em algo enriquecedor, encarando como uma oportunidade de reconstrução de nosso próprio "eu". Ao elaborar todas as raivas, culpas e tristezas e assumindo nossas responsabilidades, adquiri-se a capacidade de perdoar a si mesmo e ao outro.
O passado não pode ser mudado, mas podemos aprender com ele. Assim, nossa auto-estima, que estava baixa, aos poucos tende a crescer e readquirimos confiança para dar os próximos passos. Em conseqüência do crescimento pessoal, podemos fazer um balanço de nossos sentimentos mais íntimos e experiências passadas, não para ficar chorando, mas para aprender e crescer ainda mais.
Os momentos de solidão são inevitáveis, mas podem ser vividos com dignidade e serenidade. Eles oferecem uma oportunidade de nos conhecermos mais e mais, de nos tornarmos responsáveis por nós mesmos, termos confiança em nossa capacidade de pensar, discernir e ir em frente.Reestruturando nossa auto-imagem, reaprenderemos a nos amar, sem esperar mais do outro.
É importante lembrar que a separação é uma alternativa positiva quando a relação não tem mais nada de sadio, mas não deve ser uma postura de vida, que nos leva a pensar em ir embora a todo o momento que surge uma dificuldade. Se após uma consulta séria ao seu coração a resposta for negativa, ou seja, continuar junto, peça perdão pelos seus erros, reconheça sua parte, repense tudo e recomece. Mas se a resposta for pela separação, pois não há mais amor, siga em frente, acreditando acima de tudo em você mesmo.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Brasileiras são as que mais sentem culpa por não amamentarem os filhos

Pesquisa feita com mais de 13 mil mulheres em nove países mapeou hábitos relacionados à amamentação. Resultados podem influenciar políticas públicas para mulheres lactantes

Os hábitos relacionados à amamentação podem variar de acordo com a nacionalidade das mulheres. Na França, por exemplo, elas não se sentem muito à vontade para amamentar em público, ao contrário das brasileiras e das norte-americanas. A culpa por não poder alimentar os filhos com leite materno, porém, é um sentimento comum a quase todas as mães.
Essas são algumas conclusões da Pesquisa Global Lansinoh sobre Amamentação - 2014, realizada pela Lanisoh Laboratórios, empresa especializada em acessórios para a amamentação.
A pesquisa entrevistou 13.169 mães e gestantes, entre 18 e 40 anos, em nove países: Brasil, China, França, Alemanha, Hungria, México, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos. O resultado mostrou que as experiências das mulheres com a amamentação e as atitudes em relação ao aleitamento variam de acordo com a cultura a que elas estão expostas.
Dificuldades
A impossibilidade de amamentar um filho estimula o sentimento de culpa em quase todas as mulheres, independente do país de origem. Entre as brasileiras, 93% afirmaram que se sentiriam culpadas caso não amamentassem. A única exceção está nas mães da Alemanha: 61% afirmaram que não desenvolveriam esse tipo de sentimento por não poder amamentar.Além da culpa, as entrevistadas relataram outros problemas da maternidade, em relação ao aleitamento. Precisar acordar de madrugada está entre as três principais dificuldades, em todos os países. No Brasil, 47% das mulheres ainda revelaram sentir muita dor para amamentar e 33% reclamaram da dificuldade para aprender as técnicas de amamentação corretas na fase inicial.
A amamentação em público também foi um tópico abordado pela pesquisa da Lansinoh. Embora seja um tema cada vez mais discutido por mulheres e gestantes, nem todas conseguem ficar à vontade para alimentar os próprios filhos.
Países como China e França apresentaram o maior porcentual de mães que dizem que amamentar em público é constrangedor. Aqui, 55% das entrevistadas acham que isso é algo perfeitamente natural, 22% acham que é inevitável, 21% acham constrangedor e somente 2% acham que amamentar em público é errado.
Extração
Extrair o leite é uma estratégia comum entre as lactantes dos 9 países. Um percentual entre 71% a 85% afirmaram que usam ou planejam utilizar uma bomba extratora para tirar o leite materno. A frequência da extração também varia pouco com a nacionalidade das mulheres. A maioria disse extrair o próprio leite “ocasionalmente”. Esse dado muda em relação às húngaras: 41% afirmaram que fazem a extração diariamente.
As principais razões que motivam a extração do leite materno são variadas. As mulheres querem construir um estoque de leite materno, ter a garantia de que o alimento estará disponível em caso de emergências, evitar problemas de saúde relacionados ao “excesso” de leite nas mamas e o envolvimento do parceiro na rotina de amamentação.
Para 97% das entrevistadas, o aleitamento materno é a melhor forma de nutrir o bebê, garantindo que ele cresça saudável e com todos os nutrientes necessários. Ainda assim, a importância da amamentação vai além. As mães também veem esse momento como uma maneira de estreitar os laços de afeto e intimidade com os filhos.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Ajude seu filho a lidar com o medo

Fase pode ser mais tranquila quando os pais encorajam filhos a enfrentarem o problema. Confira dicas de especialistas

É uma cena comum na vida de um casal com filhos: com medo, a criança chama os pais ou corre para a cama deles. A atitude é mais recorrente até os cinco anos de idade e é absolutamente normal, pois faz parte do amadurecimento emocional da criança.
De acordo com a pedagoga Aluani Tordin, ter medo é um sentimento humano. “Crianças e adultos podem sentir em igual intensidade. O que muda são os motivos que levam cada um a se deparar com ele”, explica. Cabe aos pais transmitirem segurança e encorajarem os pequenos nesta fase.
Criança medrosa precisa de tratamento?
Quando as queixas são muito frequentes, os pais se questionam se há necessidade de ajuda profissional. O psicólogo Breno Rosostolato afirma que antes de tudo é preciso observar o comportamento do filho. “Os medos são preocupantes quando se tornam repetitivos, persistentes e principalmente quando mudam a rotina da criança”, diz.
Além de observar as atitudes dos pequenos, os pais precisam fazer uma autoanálise e identificar se a causa dos medos é originada de algum comportamento paternal. “É preciso que pais se recordem e reflitam sobre a frequência com que agem de modo a provocar esse sentimento na criança como um artifício para controlar seu comportamento. Por exemplo, ainda é comum um adulto, com a intenção de proteger ou de tentar garantir o comportamento adequado, inventar consequências exageradas ou histórias assustadoras na tentativa de impedi-la de agir na direção contrária à indicada. Se agirmos dessa forma poderemos proporcionar às nossas crianças experiências de medo frequentes e acabaremos por estimular o contrário do pretendido”, explica a pedagoga Aluani Tordin.
Encoraje seu filho
Existem algumas orientações básicas que podem auxiliar os pais a enfrentar o problema. A primeira delas é não subestimar o medo da criança, e junto a ela encontrar soluções para enfrentá-lo. “Podemos criar situações imaginárias para ajudar as crianças a enfrentarem aqueles medos que nem sempre lhes oferecem perigo real, mas que assombram seus pensamentos”, afirma a pedagoga.

A sugestão da profissional é recorrer aos livros. “É possível contarmos histórias que apresentem situações em que os personagens enfrentam seus medos e são bem sucedidos por fazerem isso. A literatura infantil, por ser um recurso lúdico, pode permitir à criança a elaboração e o entendimento de circunstâncias que ela vive em sua própria realidade”, comenta a Aluani.
Deixar a superproteção de lado e dar mais liberdade aos filhos é um grande incentivo. Promover brincadeiras com outras crianças e deixá-los livres num ambiente que eles possam explorar são totalmente benéficos, como explica o psicólogo Breno Rosostolato. “Desta maneira, os pais incentivam a criança a se conhecer e superar alguns medos. A criança aprende muito desta forma”.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Guarda compartilhada: eles também querem cuidar dos filhos

Aprovação de projeto de lei na CCJ do Senado traz à tona a discussão: por que os homens não têm o mesmo direito que as mulheres de participar do crescimento das crianças?
 Qual o melhor colégio para as crianças? Quem vai ser o pediatra que acompanhará o bebê ao longo da infância? Essas são decisões rotineiras na vida de uma mãe e de um pai. O problema é que, em muitos casos, depois que o casamento acaba, alguns homens são privados de participar dessas decisões de rotina na vida dos filhos.  
Engana-se quem pensa que todos os pais acham isso bom, assim têm menos "trabalho". Muitos fazem questão de participar ativamente da criação dos filhos. E querem que continue assim, mesmo depois do fim de uma união.
O projeto de lei da guarda compartilhada é um reflexo desse cenário. Aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na última semana, a guarda compartilhada passaria a ser obrigatória também em casos de litígio – ou seja, quando o casal divorciado não entra em acordo quanto à guarda dos filhos. O projeto de lei segue para votação em plenário.
Essa resolução, porém, já existe no Código Civil. Ainda assim, é muito comum que as mães tenham direito à guarda unilateral. Isso acontece porque as autoridades acreditam que o casal precisa estar de acordo para que a guarda compartilhada seja aplicada.
“A guarda não é um direito apenas dos pais. Ela também é um direito dos filhos. Muitos adultos entendem que a guarda funciona como um troféu, que as decisões só podem ser tomadas por quem detém a guarda. Pai e mãe devem acompanhar o desenvolvimento dos filhos, integralmente”, explica José Roberto Moreira Filho, advogado e diretor nacional do Instituto Brasileiro de Direito de Família.
Apesar de não ser novidade, a lei vem para reforçar a proposta da guarda compartilhada. De acordo com os especialistas, essa é a que melhor atende às necessidades da criança, em comparação à guarda unilateral e à guarda alternada.
Na compartilhada, os pais tomam todas as decisões em conjunto no que diz respeito à criação dos filhos. Escola, médicos, viagens e outros assuntos pertinentes aos pequenos devem ser conversados pelos adultos, para que ambos estejam de acordo. A guarda tem o objetivo de perpetuar o vínculo parental, ainda que com a dissolução do casamento.
“Temos que parar de usar as crianças como moeda de troca ou arma contra o outro cônjuge. Os pais precisam entender que a responsabilidade é de ambas as partes. Se durante o casamento existia uma relação legal com filhos, por que não mantê-la, depois da separação? O bom senso deve prevalecer”, defende José Roberto.
Coisa de pai
Toda vez é a mesma coisa. Maria Eduarda, de dois anos e meio, agarra o pai Rodrigo Padron. São momentos de pura saudade. Ela o vê toda semana, na noite de quarta para quinta-feira, além dos sábados e domingos em que Rodrigo pode visitá-la – a cada 15 dias.
Desde o divórcio, há mais de um ano, o jornalista luta pela reversão da guarda unilateral da filha. “Sempre demonstrei a vontade de exercer a minha função de pai, dividindo todas as responsabilidades com a minha ex-mulher. Mas o que eu penso não foi considerado na hora da decisão. Fiquei profundamente triste, me tiraram esse direito porque eu sou homem. É uma cultura machista, que garante aos pais apenas a responsabilidade de pagar as contas do filho”, critica Rodrigo.
A lei prevê que as condições de cada tutor sejam analisadas pelo juiz. Sendo assim, a guarda unilateral só seria aplicada em casos de falta de condições – físicas e emocionais – para cuidar de uma criança ou quando um dos tutores abre mão da guarda. Não foi o que aconteceu com Rodrigo, segundo ele mesmo alega.
Rodrigo acredita que não só a Justiça, mas a própria sociedade dialoga apenas com um lado, o das mães. São poucos os estabelecimentos, por exemplo, que têm um banheiro masculino com fraldário. Quando pai e filha vão comprar roupas juntos, o estranhamento é ainda maior.
“Tem toda uma consultoria dos funcionários das lojas, como se eu não pudesse ajudar a minha filha a escolher o que vestir. Até mesmo as escolas trazem um pouco desse preconceito”, reforça ele.
Alienação parental
A vivência equilibrada com os pais é extremamente positiva para a relação familiar. Os filhos percebem a participação e o interesse dos adultos.
“As crianças se sentem cuidadas pelos pais, de forma igualitária. O pai que visita os filhos de 15 em 15 dias não pode fazer muita coisa, só levam para passear. As crianças precisam de referências e visão de mundo distintas, mantendo contanto com as duas famílias, do pai e da mãe”, pontua Andreia Calçada, psicóloga e coautora do livro “Guarda Compartilhada – Aspectos Jurídicos e Psicológicos” (Editora Equilíbrio).
A guarda compartilhada também é um instrumento contra a alienação parental. “Ela acontece quando o pai ou a mãe tenta destruir a imagem que a criança tem do outro genitor. A guarda unilateral estimula esse sentimento de posse sobre os filhos. É uma arma para os casais que não querem se entender, prejudicando o crescimento das crianças”, atenta a psicóloga e advogada Alexandra Ullman, especialista em Vara de Família.
Ao contrário do que alguns pais imaginam, a guarda compartilhada não torna obrigatória a alternância dos filhos entre as residências. Se e pai e mãe morarem perto um do outro, é possível que a criança se divida durante a semana, para conviver com ambos. O que o projeto de lei estabelece, porém, diz respeito à tomada de decisões na criação dos filhos.
Mesmo que a criança manifeste interesse em passar alguns dias na casa da mãe e o restante na casa do pai, especialistas garantem que a noção de “rotina” não é prejudicada. Os pequenos se adaptam às diferentes situações estabelecidas pelos adultos. Tudo o que eles precisam é de segurança.
“A lei acaba com a ideia de hierarquia entre homens e mulheres. O pai tem um papel tão importante quanto o da mãe, e essa convivência é um direito da criança. Imagina o que se passa na cabeça dela, quando um dos pais nunca está presente. Nós só vamos conseguir enxergar novos formatos de família e relacionamentos na sociedade se olharmos à frente, parando de replicar erros e preconceitos”, acredita Rodrigo.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Bullying de irmão na infância aumenta risco de depressão em adultos

Segundo estudo, meninas tem mais propensão a ser vítimas; irmão mais velho normalmente é culpado


Sofrer bullying de forma repetitiva por um irmão pode levar à depressão na vida adulta, revelou um novo estudo. Pesquisadores britânicos entrevistaram cerca de 7 mil crianças de 12 anos sobre se já haviam sido vítimas de xingamentos, agressões ou calúnias por parte de seus irmãos. O grupo foi acompanhado até completar 18 anos quando foram, então, questionados sobre sua saúde mental.
Segundo especialistas, os pais têm de tratar a rivalidade entre irmãos para evitar excessos. Pesquisas anteriores já haviam sugerido que vítimas de bullying de colegas são mais suscetíveis à depressão, ansiedade e auto-mutilação.O novo estudo, no entanto, diz ter sido o primeiro a associar o impacto do bullying praticado por irmãos durante a infância a problemas psiquiátricos no início da fase adulta.
Pesquisadores das Universidades de Oxford, Warwick, Bristol e College London enviaram questionários a milhares de famílias com crianças de 12 anos de idade em 2003-2004.
Ao final de um período de seis anos, eles avaliaram o estado mental dos entrevistados.
No caso de famílias com mais de um filho, as crianças tinham de responder sobre se foram vítimas de bullying por seus irmãos. O questionário dizia: "Isso [bullying] acontece quando teu irmão ou tua irmã tenta te chatear dizendo coisas desagradáveis e dolorosas, ou te ignora completamente quando está diante dos amigos dele(a); te bate, te chuta, te empurra ou te persegue, conta mentiras ou inventa boatos sobre tua vida."
Probabilidade


A maioria das crianças afirmou não ter sido vítima de bullying. Desse total, aos 18 anos, 6,4% tinha algum tipo de depressão, 9,3% sofria ansiedade e 7,6% já haviam se automutilado no ano anterior à pesquisa.
Responsável pela pesquisa, Lucy Bowes, da Universidade de Oxford, afirmou que, embora os pesquisadores não tenham podido concluir que o bullying entre irmãos causa depressão, o resultado foi significativo. "Temos de mudar nossa postura quanto a esse problema. Se isso [bullying] ocorre na escola, haverá desdobramentos para o indivíduo durante a vida adulta".


Já as 786 crianças que afirmaram ter sofrido bullying por seus irmãos várias vezes durante a semana apresentaram o dobro das taxas das outras crianças. Nesse grupo, 12,3% tinham algum tipo de depressão, 14% haviam se automutilado e 16% diziam sofrer de ansiedade.
As meninas tinham maior propensão a ser vítimas de bullying do que os meninos, sobretudo em famílias onde havia três ou mais crianças. Ainda de acordo com a pesquisa, os irmãos mais velhos normalmente eram os culpados pelos episódios de bullying.
Em média, as vítimas afirmaram que o bullying entre irmãos tinha começado aos oito anos.
Excessos
"Tal comportamento pode causar um dano a longo prazo. Precisamos fazer mais pesquisas, mas os pais também precisam ouvir mais seus filhos".
"Não estamos falando de nenhum tipo de brincadeira que normalmente se restringe ao círculo familiar, mas incidentes que se repetem várias vezes durante a semana, nos quais as vítimas são ignoradas pelos irmãos ou submetidas a abusos verbais e até mesmo violência física".
FONTE: G1.globo.com

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Como ter controle emocional no trabalho?

Confira algumas dicas


Currículo e recomendações de antigas empresas não garantem mais a estadia em vagas de emprego. As empresas atualmente também buscam funcionários que tenham o controle emocional, que saibam lidar com a correria do cotidiano sem perder a cabeça.
Os especialistas e recrutadores explicam que o comportamento de um funcionário pode influenciar diretamente na postura dos demais trabalhadores.Por exemplo, um chefe que vive estressado pode também estressar a equipe, ou afastar os demais por causa da instabilidade emocional.
Além disso, o estresse também pode bater na porta da casa. Alguns funcionários podem carregar os problemas acumulados na rotina de trabalho e prejudicar o comportamento da família. Com rotinas de trabalho longas e acúmulo de tarefas, os trabalhadores podem descarregar os problemas profissionais no ambiente de família.
Acha que o controle emocional não afeta muita gente? Então, saiba que 44% as mulheres e 9% dos homens já choraram no trabalho pelo descontrole emocional - de acordo com a escritora americana Anne Kreamer.
O controle emocional, de acordo com os especialistas, pode ajudar no desempenho e concentração, mas também pode ser uma maneira de se destacar dentre os demais. Em controle é possível enxergar novas soluções e não deixar-se abalar facilmente pelas complicações do dia a dia. Tente dar uma aliviada no estresse com as dicas abaixo:
Pense, antes de agir compulsivamente. Se precisar de um tempo no trabalho, pare um pouco e reflita sobre as tarefas. De longe, as respostas para os problemas chegam mais rápido.
Se coloque no lugar do outro
Não só no trabalho, mas com os amigos e família, coloque-se no lugar do outro e entenda porque alguma situação gerou o estresse. É o melhor jeito para conseguir resolver um problema, sem ter uma disputa de argumentos.
Autoconhecimento
Perceba quais são os momentos que levam ao estresse. Se for possível, converse com os colegas, amigos e familiares para saber o que pensam e como lidam, quando o estresse vem de você. Deste jeito é possível conter as explosões e resolver os problemas com mais cautela.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Como evitar que seu filho seja machista

Diferenciações de deveres entre meninos e meninas podem evoluir para um comportamento discriminatório no futuro


“Azul é de menino e rosa é de menina”. Muitos adultos já ouviram frases semelhantes durante a infância, dos próprios pais. A distinção valia para tudo. Desde as brincadeiras mais inocentes, como jogar bola ou brincar de casinha, até questões mais sérias, sobre independência financeira e pessoal. Os homens trabalhavam, as mulheres cuidavam da casa e dos filhos.

Muita coisa mudou de alguns anos para cá, mas alguns ideais em relação à educação dos filhos permanecem os mesmos. Sem perceber, pais podem estimular ideias e comportamentos machistas nas crianças, desde os primeiros anos. Esses valores, que irão se desenvolver melhor na fase adulta, podem trazer problemas mais tarde. Entre eles, a dificuldade para se adaptar a uma nova sociedade, que caminha para uma realidade cada vez mais igualitária.

“Tudo depende muito da criação que os pais tiveram e do relacionamento que têm entre si. O que acontece com pais mais velhos é que eles vêm de um tipo de criação mais paternalista, autoritária. A melhor forma de trabalhar isso com os filhos é tentar entender que os valores mudaram. A gente vive em uma sociedade diferente, menos patriarcal”, pontua o psicólogo Fábio Roesler.
Se a criança tem exemplos positivos em casa, como pais que dividem as tarefas domésticas, fica mais fácil para ela compreender a importância de uma relação de igualdade e respeito entre homens e mulheres. Ou seja: os filhos aprendem que não existe uma regra específica para deveres masculinos e femininos.

Respeito

O pequeno Tito, de quatro anos, sempre usou roupas de diferentes cores e modelos. Segundo o pai, Felipe Cainelli, as peças de do filho são consideradas femininas pelas lojas de roupas. “Minhas outras duas filhas, Maya e Maitê, também usaram as roupas dele quando eram mais novas. Acho que existe uma paranoia muito grande dos pais em mostrar para o mundo que aquele bebê é menina ou menino”, critica o pai.

A criação de Tito, Maya e Maitê é baseada na liberdade, apenas. Nenhum deles é ensinado de acordo com as crenças e vontades pessoais dos pais. O filho mais velho, por exemplo, adora pintar as unhas com esmalte colorido. Suas cores favoritas são rosa e roxo. “A gente sempre deixou. Ele fica bem feliz de mostrar as cores que escolheu para as pessoas. É uma sensação de liberdade para a criança, pois ela percebe que suas escolhas são respeitadas. Ela é quem cria a própria identidade”, reforça Felipe.

A diferenciação dos gêneros só existe por conta da pressão do convívio social. Na cabeça de uma criança, não há nada de errado em pintar as unhas, brincar de boneca ou praticar esportes tidos como masculinos, como o judô.

“Não existe um único comportamento adequado apenas para meninos ou meninas. São crianças que ainda estão se desenvolvendo e se descobrindo. É o mesmo que dizer que menino não pode chorar, porque isso não é másculo. Isso também vale para as meninas, como se elas fossem obrigadas a sonhar com a criação de uma família, por exemplo”, atenta a psicanalista Silvana Rangel.

Quanto mais os pais evitarem essas limitações, mais tranquilo será o desenvolvimento da criança. Reprimir, proibir ou castigar os comportamentos “inadequados” só causam sofrimento em longo prazo. Por não se sentir adequada ao ideal dos pais, o filho pode desenvolver transtornos como depressão e crises de ansiedade, já que não consegue lidar com a rejeição.

Lugar de mulher 

“Disseram na escola que existe coisa de menina. Eu respondi que existe coisa de criança, e que estou certa, porque você me disse. Né, mamãe?”. Foi isso que Beatriz, de quatro anos, disse à mãe Isabela Kanupp, autora do blog Para Beatriz.

Desde que a pequena nasceu, Isabela teve certeza de que daria uma educação diferente à filha. Nada de obrigações e deveres femininos, como estava acostumada a ver em sua própria família. Beatriz cresceu aprendendo a valorizar e respeitar as diferenças, sabendo que suas vontades são compreendidas pela mãe, mesmo que ela ainda seja uma criança.

“É muito limitador crescer achando que determinado brinquedo é para menina, que determinada cor é para menino. É injusto. Eu acredito que ela será mais feliz sendo livre. Eu fui criada com diversas opressões sutis”, lembra Isabela.
Valores machistas são reproduzidos e perpetuados automaticamente por algumas famílias. Com Isabela, não foi diferente. Nem todos concordam com o tipo de educação que ela escolheu para Beatriz.

“Já disse para a minha filha que a gente namora, beija, casa com quem a gente gosta, independente de ser menino ou menina, por exemplo. Uma pessoa da família me ameaçou, disse que era absurdo ensinar isso para ela. Consegue sentir a homofobia?”, questiona Isabela.

Esse é outro ponto que merece atenção dos pais. A sexualidade das crianças não deve ser discutida ou reprimida logo nos primeiros anos. Características como emotividade e delicadeza não sugerem a orientação sexual dos filhos, garantem os especialistas. São apenas rótulos, que reforçam estereótipos e ideias discriminatórias. Liberdade de expressão é o melhor caminho para poupar os pequenos do sofrimento. 

FONTE: Delas.ig.com.br

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Como encarar com serenidade o desafio de criar os filhos sozinha

Muitas mulheres enfrentam a barra de criar o filho sozinhas. Mas, com serenidade e confiança, a ausência do pai pode ser superada


É comum encontrar mulheres que cuidam do filho sem contar com o pai da criança, seja porque decidiram partir para uma produção independente, seja porque o parceiro deu no pé ou faleceu. Não estamos falando de casais separados, mas de casos em que a figura paterna realmente não existe. 

“Mesmo que ser mãe sozinha tenha sido uma opção, é natural que a mulher enfrente situações em que a presença do pai faça falta”, explica a psicoterapeuta Célia Lima. Veja como superar os principais desafios num caso como esse. Você vai ver que uma mãe pode, sim, dar conta desse recado.

As principais dificuldades e como vencê-las
 
"Não tenho com quem dividir as tarefas."

Essa talvez seja a maior dificuldade de quem cria um filho sozinha, principalmente nos primeiros anos de vida do bebê. Uma criança exige cuidado constante. Em algumas fases, não dá tempo nem de tomar banho sossegada. Nessas horas, a ajuda de seus pais, parentes e amigos próximos é fundamental. Não tenha vergonha de pedir uma mãozinha.
 
"Fico o tempo todo dando explicações."

É praticamente impossível escapar da pergunta “onde está o pai do seu filho”, ainda mais em festinhas ou reuniões escolares. O ideal é tratar o assunto com naturalidade e não esconder a verdade, seja do próprio filho, seja de quem perguntar. Mostre segurança ao responder às questões.
 
"É difícil enfrentar algumas barras."
Filho doente ou com problemas sérios na escola deixa qualquer um estressado. Se não há com quem dividir as preocupações, isso é ainda pior. Contar com o apoio dos professores da criança e de um pediatra de confiança é fundamental nesses momentos. Não tenha receio de pedir orientações e dividir suas angústias com esses profissionais.
 
"Não consigo colocar limites."

Essa dificuldade é comum. Algumas mulheres sentem culpa pela situação e não têm coragem de falar mais duro quando é necessário. Encher a criança de mimos e deixar que faça tudo o que quer não vai preencher a falta que ela sente de um pai.
 
"Sinto falta de apoio na hora das discussões."

À medida que o filho cresce e se aproxima da adolescência, aumentam os questionamentos e as discussões dentro de casa. Busque orientação de pessoas mais experientes, como sua irmã mais velha que já passou por essa fase. Se a situação for muito delicada, a melhor opção é procurar um terapeuta familiar.

"Por que eu não conheço meu pai?"

É natural a criança querer saber o porquê da ausência paterna. “A verdade é sempre uma. Não tente inventar histórias. Isso pode gerar contradições e quebrar a confiança entre você e seu filho”, alerta Célia. Seja franca e direta na hora de falar:

· Se o seu parceiro morreu, fale como aconteceu, se ele ficou doente ou se foi um acidente. “É bom ter histórias para contar e fotos para mostrar. Se tiver retratos do pai com a criança, coloque num local de destaque”, orienta a profissional.

· Se não sabe quem é o pai, procure explicar que você teve um envolvimento com uma pessoa que não encontra mais, engravidou, decidiu ter a criança e amá-la.

· O ex foi embora e nunca mais procurou a família? Conte o que aconteceu. “Tome cuidado para não transformar o pai num monstro nem se fazer de vítima”,orienta Célia. Deixe claro que a decisão de partir tomada pelo pai não teve nada a ver com o nascimento da criança.

FONTE: MdeMulher.com.br