Por causa de uma frustração ou situação negativa, seu filho tem acesso de raiva e faz aquelas clássicas cenas de gritar, se jogar no chão, quebrar brinquedos. É fácil os pais ficarem perdidos, ainda mais se esses acessos de raiva das crianças acontecem publicamente, atraindo o olhar e o julgamento dos outros.
Confira algumas orientações para lidar com a situação:
1. NÃO PERCA A CABEÇA
Nessas situações de birra, ainda quando ocorrem publicamente, é fácil que os pais percam o controle e acabem estourando para cima das crianças.
A explosão de raiva dos responsáveis não resolvem a situação, acabam assustando ainda mais as crianças e pode potencializar a birra.
Segundo a psicopedagoga Quézia Bombonatto, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), os adultos devem manter firmeza no tom de voz e falar com a criança na altura delas, explicando que atitudes como esta não irão mudar nada.
2. NÃO CEDA ÀS VONTADES DA CRIANÇA
Outra atitude comum que pais têm publicamente é, por falta de paciência, ceder as vontades da criança para acabar com o choro naquele instante. Isso é um grande erro porque a criança fica cada vez mais autoritária, pois percebe que o ato de raiva e birra surtiu o efeito que ela queria. Assim, ela sempre usará do recurso para alcançar seus objetivos.
Por isso, mostre a criança que existem as coisas possíveis, mas existem também as coisas que são inviáveis. Desde pequeno, é importante fazer com que o pequeno lide com frustrações. Ele não pode achar que insistindo dessa forma pode conquistar as coisas.
3. ESPERE A CRIANÇA ACALMAR PARA UMA CONVERSA
Conversar no momento de raiva costuma não funcionar com um adulto, porque você acha que uma criança vai rolar? Por isso mesmo, antes de explicar toda a situação e o motivo da negativa, espere que ela acalme.
Então, comece mostrando que você compreende a frustração dela, tente ajudá-la a colocar os sentimentos em palavras. Essa é a forma mais fácil dela entender a situação e procurar uma forma melhor de expor isso a você.
Ex: “Você ficou muito bravo porque não conseguiu ir na piscina de bolinhas”
“Peço desculpas por não ter entendido. Agora que está mais calmo, consigo saber o que quer e o motivo da sua frustração”.
4. ENFATIZE SEU AMOR E CARINHO PELA CRIANÇA
Depois da calmaria e da conversa esclarecedora, não esqueça de manifestar carinho por meio de gestos como abraço, um beijo ou afago. Expresse em palavras seu amor pelo pequeno. Ele se sentirá mais confortável.
5. PREMIE OS BONS COMPORTAMENTOS
Se a criança conseguiu se acalmar e falar contigo, é importante compensá-la pelo bom comportamento. Isso vai fazer com que ela repita o ato até virar algo orgânico.
Você pode dar um voto de confiança, levando o pequeno a mesma situação e enfatizando que confia nela para um desfecho diferente. Como ao levá-la para brincar no parque que, em uma situação anterior, ela teve uma atitude de birra por não dividir o brinquedo.
Neste caso, reforce a importância de dividir as coisas com os amiguinhos. Se ele mudar o comportamento, deixe ele ficar mais tempo por lá, leve mais brinquedos.
6. SEJA JUSTO, MAS FLEXÍVEL
Os pais precisam ser firmes em situação de birra. Mas isso não significa abusar do autoritarismo.
Veja se não está usando muito o “não pode” e quase nada do “pode”. Um exemplo, você não precisa impedir as crianças de espalhar seus brinquedos na sala, mas pode deixar claro qeu terá que arrumar as coisas depois.
Você não precisa arrancar o pequeno do parquinho porque o tempo que você estipulou, acabou. Se você der uns 10 minutos a mais nos brinquedos, você pode evitar birra do pequeno e ele vai te respeitar ainda mais pelo benefício.
7. EVITE SITUAÇÕES DE BIRRA
Você nem sempre sabe quando um ataque de raiva vai surgir, mas pode prever algumas situações.
Se você sabe que a criança fica mau-humorada quando está com fome, levar consigo pequenos lanches, fazer pausas para comer estrategicamente, vai aliviar situações.
Outra coisa é informar o pequeno que vocês estão indo almoçar, lanchar, para ele se preparar com isso.
Outra coisas é saber quando a criança está com sono e evitar passeios ou agitações nesses horários. Por mais que tenham planejamento, o humor da criança será afetado se ela não descansar direito ou tiver sua rotina comprometida.
Por último, ao invés de simplesmente dar ordens, dê a chance do pequeno fazer uma escolha. Perguntar se a criança quer comer tomate ou cenoura é melhor do que só obrigar seu filho a comer pepino.
DICA EXTRA: FIQUE ATENTO
Apesar de ataques de birra serem coisas comuns para pequenos entre 1 e 3 anos, é importante ficar atento para outros problemas que estejam mudando o comportamento do pequeno.
Às vezes, o pequeno está usando o chilique para atrair a atenção de um pai e mãe ausentes. Às vezes a chegada de um irmãozinho, ou mesmo alguma situação negativa que tenha acontecido com ele (em família, na creche ou escolinha) e ele não tenha encontrado ninguém para desabafar.
Se os atos de birra se transformarem em situações diárias, algumas vezes por dia, é melhor conversar com o pediatra ou procurar outro tipo de ajuda especializada.
Fonte: Pai Moderno
Fonte: Pai Moderno