quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Casamento não deve ser solução para gravidez inesperada


Apesar de já estar ultrapassada, a ideia de que o casamento é a solução para uma gravidez inesperada continua sendo colocada em prática, o que é um erro. Muita gente ainda leva em consideração a tradição, a honra, os deveres morais ou religiosos ao avaliar a decisão de assumir um compromisso por causa de uma gestação. Mas a sociedade está mais preparada para aceitar formações familiares diversas, o que inclui pais que não sejam casados ou nem sequer tenham tido um relacionamento algum dia (e o filho é resultado de uma transa casual).

"É importante que a resolução não seja tomada com base em argumentos passionais ou preconceituosos", afirma o terapeuta familiar e de casal Luciano Passianotto, de São Paulo (SP), que diz, ainda, que optar por se casar pensando que "se não der certo, podemos nos separar" é também um grande erro."Um casamento consome meses de planejamento, requer mudanças no estilo de vida e exige recursos emocionais e financeiros. Todos esses recursos devem estar voltados ao bebê que está para chegar, não ao casal", afirma.

É óbvio que cada caso tem suas particularidades, e todos os ângulos da situação devem ser observados. Existem casais que estão juntos por anos e continuam e se amar; há os que mal se conhecem e outros, ainda, que arrastam uma relação já sem brilho há tempos. "Na minha opinião, o casamento não deve ocorrer quando sua motivação é qualquer outra que não o amor e desejo de ficar juntos. Tomar essa decisão por um sentimento de culpa ou para não se opor à família é muito danoso", diz Luciano.

A psicóloga Gisela Castanho, de São Paulo (SP), afirma que, no caso de casais muito jovens, outras questões precisam ser consideradas, de ordem emocional, financeira e prática. "No entusiasmo com a situação, rapazes e moças parecem se dispor a brincar de casinha e podem cultivar os planos de casamento como uma espécie de fantasia", diz ela. 

Na prática, é preciso saber que vão ter de abrir mão de várias coisas e deixar, aos poucos, a função de filhos para assumirem os papéis de pais de um bebê. "Nem sempre se casar é o ideal nesse início de vida, ainda mais se terão de viver sob o mesmo teto que os pais", comenta a especialista, que é organizadora do livro "Terapia de Família com Adolescentes" (Ed. Roca).

É importante que os futuros pais também analisem criteriosamente as circunstâncias e decidam o que é melhor para o bebê, principalmente, em vez de querer prestar contas à sociedade ou forjar uma formação familiar em nome de uma tradição.

De acordo com o pesquisador Renato Alves, doutor em psicologia do desenvolvimento humano pela USP (Universidade de São Paulo), o fato de um homem e uma mulher optarem por não assumirem um compromisso efetivo diante de uma gestação não implica em nenhum tipo de impacto na formação social ou psicológica da criança.

"A felicidade do filho tem mais a ver com a importância e o papel que lhe dão do que com a configuração familiar a qual ele vai pertencer", declara. "De que adianta, por exemplo, um casal ficar junto e culpar o tempo todo o bebê pelo adiamento de planos ou não concretização de sonhos? Será uma criança morando com um casal, sim, mas se sentirá amada, querida, desejada?", pergunta Renato. "O que a criança precisa é de pai e mãe presentes afetivamente", complementa Gisela.

Casamentos infelizes são um fardo para toda a família, incluindo para o novo filho. Apesar do vínculo claro que os novos pais terão pelo resto de suas vidas, eles não precisam estar casados para assumir plenamente suas responsabilidades como pais e executarem essa função suficientemente bem.

Os fatores que levam qualquer casamento (diante de uma gravidez não planejada ou não) dar certo são praticamente os mesmos: amor, respeito e objetivos comuns que façam com que o casal queira buscar suas metas lado a lado. "Quando ambos estão dispostos a encarar e assumir essa responsabilidade, há um fortalecimento do par, que ajuda na superação das dificuldades que terão pela frente, mesmo as que parecem assustadoras em um primeiro momento", diz Luciano. 

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Criança que apanha dos pais desenvolve medos e tem maior tendência a mentir

Apesar de parecer uma forma de correção eficiente, o tapa ensina a criança a ter medo do mais forte


No dia 27 de junho deste ano a presidenta Dilma Rousseff sancionou o projeto da Lei da Palmada, contra qualquer tipo de castigo que envolva sofrimento físico à criança. Quando paramos para pensar em como queremos educar nossos filhos, muitos de nós respondem que gostariam de fazer bem diferente do que recebemos quando criança, principalmente no que se refere ao bater. Muitos pais e mães de hoje levaram seus tapas, cintadas e chineladas quando criança e hoje percebem que esse não é um bom caminho. Como pais buscam o diálogo, a aplicação das consequências, escolhas e limites colocados de uma maneira produtiva e respeitosa. 


Mas em algumas situações parece que ficamos sem saber o que fazer e quando saímos do sério, o tapa volta a aparecer. Pais e mães tristes, crianças tristes ou mesmo bravas, é iniciado um ciclo que pode crescer e tomar conta do dia a dia de uma maneira bastante complicada. 


Quando batemos em nossos filhos eles aprendem algumas coisas: 

  • Aprendem a ter medo do mais forte, e isso pode seguir por bastante tempo na vida
  • Aprendem que é batendo que se resolvem os momentos difíceis, afinal é assim que vê seus pais resolvendo os mesmos momentos
  • Aprendem que o tapa vale mais do que o diálogo, a conversa.

Quando pais batem em seus filhos, normalmente buscam controlar alguma situação, mas os adultos nessa mesma situação, encontram-se completamente descontrolados. É muito confuso para a criança pensar que esse nosso descontrole que surgiu através do tapa , serve para educar ou controlar algum momento. 


Toda essa confusão faz com que a criança não aprenda, afinal ela interrompe o que estava fazendo por conta do susto que leva, do medo que sente. Acontece que dificilmente aprenderá, isso porque não vive o processo natural de que toda ação tem sua consequência. Quando esse processo é interrompido, é como se a reflexão também fosse interrompida. 


Essa é a grande armadilha, porque muitos pais pensam que o tapa funciona porque a criança realmente interrompe o que estava fazendo. Mas isso acontece com o susto e não por ganho de consciência. O que vem depois? A atitude se repete e os tapas se tornam mais frequentes. Fora que com o tapa e com essa falta de respeito iniciamos um embate que pode se tornar bastante complexo. Afinal, um ganha e o outro perde e a criança, ao perceber isso, faz também de tudo para vencer esse embate. 


Esse caminho gera medo, distância e muitas vezes até a mentira aparece como sendo a única maneira de evitar esse momento, o tapa. As crianças hoje entram nesse embate porque de alguma maneira, não toleram falta de respeito, mas normalmente sua forma de agir para vencer os embates é através da falta de respeito também. Com esse ciclo fechado, pais e filhos se afastam e a comunicação, o encontro e o respeito se tornam grande objetivos difíceis de alcançar. Com firmeza amorosa, respeito e aplicando a constância, a coerência na forma de corrigir e a consequência de suas atitudes, o que encontramos são famílias unidas, parceiras e crianças crescendo com amor, respeito, e a real educação. Todos na ação de educar. Educação positiva que gera crescimento para todos. Fazer com que o outro faça algo que você quer não é difícil. O precioso é perceber por que motivo essa pessoa mudou sua atitude. Por medo, por estar sem saída, ou por amor, por ganho de consciência? A paisagem que vemos nessa caminhada depende dos lugares que caminhamos. E nós, os adultos, temos essa escolha.



sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Atitudes para deixar de ser um procrastinador

Hábito de deixar as tarefas e projetos para a última hora é desgastante e gera muito estresse no dia a dia


Para os procrastinadores – aquelas pessoas que deixam tudo para depois e adiam todas as tarefas até último minuto – dezembro não costuma trazer uma sensação muito agradável.  Justamente porque eles se confrontam neste fim de ano com todos os projetos que prometeram cumprir em janeiro, mas acabaram não concretizando. O primeiro passo para não repetir esse comportamento em 2015 é entender o que é a procrastinação. 
A coach Pilar Aznar explica que nem sempre o procrastinador tem consciência de sua condição. “No inconsciente falamos outra frase: ‘não gosto de encarar desafios’, ‘não gosto de fazer errado’, ‘não gosto de lidar com fulano’ e é isso o que nos impede de fazer aquilo que queremos fazer”, diz a especialista, apontando as justificativas internas de quem tem este tipo de atitude. 
“De procrastinador e louco todo mundo tem um pouco; o problema é quando isso passa a ser o modus operandi da pessoa”, pontua Eliane Figueiredo, 53, diretora da Projeto RH, parafraseando o famoso ditado.
Eliana conta que a consequência desta conduta é uma vida estressante. “Alguns psicólogos dizem que o procrastinador é aquele que quer fazer tudo certinho, mas que deixa as coisas para depois para se cercar da melhor forma possível. O que acontece é justamente o contrário. Depois, a pessoa sofre pressão do tempo e daí dá uma grande ansiedade, ela fica mal.”
O técnico de manutenção da Petrobras André Migues Zamana, 34, sabe bem o que é sentir esta angústia. Dono anteriormente de uma empresa, ele credita, em boa parte, o fechamento do seu negócio ao seu hábito de procrastinar. “Eu não gosto de falar ao telefone. Então, eu empurrava ao máximo com a barriga. Procrastinava a ideia de ligar para um cliente, [pensando] eu ligo daqui a pouco ou eu ligo amanhã. Até o ponto de perder cliente, perder negócios”, relata Zamana.
Esta conduta o fazia correr contra o relógio para cumprir as metas. “A gente acaba criando um vício pela adrenalina de resolver as coisas na última hora. Sem perceber, eu deixava as coisas para o último segundo. Daí, eu me virava em mil para conseguir resolver. Na hora dá uma sensação muito boa, mas isso se tornou um vício e acabou virando um problema.”
Com o tempo, Zamana percebeu que este comportamento não estava lhe fazendo bem. “Passei por momentos bem críticos e vi que na maioria das vezes o que não dava certo era ficar deixando as coisas pra depois”, reconhece o técnico de manutenção. Com essa consciência, ele decidiu mudar.  
“Procuro tentar fazer na hora em que tem ser feito. E temos que dar um jeito de fazer o que é extremamente chato. Eu procuro me focar nas pequenas coisas divertidas que as coisas chatas têm – se é que eu consigo encontrá-las – para me convencer na hora de que aquilo é bom”, revela Zamana, que usou esse entendimento para driblar o seu incômodo em falar ao telefone. “Penso que com uma ligação evito sair no sol quente e resolvo mais rápido o que preciso fazer. Porém, nunca vou deixar de estar sempre me vigiando porque procrastinar faz parte de mim”, admite o técnico de manutenção.
Quem, assim como Zamana, deseja superar o perfil de procrastinador crônico deve adotar a estratégia de “parar, pensar e só depois agir”, de acordo com Pilar. Essa reflexão deve buscar o que está por trás da conduta desgastante de protelar os afazeres. Questões como o medo de falhar, a insegurança, a desconfiança de não ter competência para executar a tarefa, a falta de motivação, entre outros fatores.“A pessoa precisa pensar no que ela quer e no quê vai conquistar ao fazer o que está postergando. Assim, ela se automotiva e começa a fazer o que não gosta ou está insegura. O desejo tem que ser maior do que o medo que a faz procrastinar”, propõe Pilar.
Uma dica prática é fazer uma lista das ações importantes a serem feitas no dia seguinte e no início do expediente dedicar de uma a duas horas em cumpri-las. E não vale partir para o segundo item antes de concluir o primeiro. Eliane indica começar a cumprir as tarefas lista pelo mais chato ou mais difícil. “Quando a gente tira algo de letra, ganhamos ânimo para fazer outras coisas. Se a pessoa inverte, ao final do dia ela já estará cansada para fazer algo que exige mais dela”, pondera.
Para a técnica da lista funcionar ainda é preciso hierarquizar prioridades entre as tarefas.  “Importantes são aquelas ações que me levam mais perto do meu objetivo e urgentes são aquelas que temos que fazer e nos distraem”, distingue Eliane, acrescentando também que é necessário saber delegar.
“Quando mais alta estiver a pessoa hierarquicamente, mais ela deve se dedicar ao que é importante e delegar as urgências”, conclui a especialista.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Mesma educação não evita irmãos completamente diferentes

Além da criação, muitos fatores influenciam na formação de um indivíduo


Os mesmos pais, passeios, brinquedos, escolas, pratos, valores, regras. Se o modo de educar é tão fundamental na formação de um indivíduo, por que filhos criados da mesma forma acabam se tornando diferentes –às vezes, opostos– uns dos outros, principalmente, na idade adulta?
Nem sempre essas diferenças dizem respeito apenas ao temperamento ou à personalidade, mas ao caráter. O que houve no meio do caminho para que irmãos se transformassem em pessoas com pouca ou nenhuma semelhança com a família de origem? Trata-se de uma questão que tem sido motivo de muitas pesquisas não só em psicologia, como, também, nas áreas de antropologia e ciências sociais.
Acontece que a educação dada pelos pais não é o único fator que molda uma pessoa. "Embora a família ainda seja o elemento de maior influência no comportamento de uma criança, o código genético do qual somos formados ainda é um grande mistério. E a maneira com que cada um compreende e interpreta as coisas que estão à sua volta é única", diz Maria Aparecida Belintane Fermiano, pedagoga e pesquisadora do Laboratório de Psicologia Genética da FE/Unicamp (Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas).
A percepção de cada filho sobre a realidade é diferente por conta de processos intrapsíquicos (que acontecem na mente e iniciam a partir do nascimento), que se desenvolvem a partir de experiências e estímulos. Esse mecanismo nos faz interpretar os fatos de forma particular: uma viagem de férias ou uma comemoração familiar, por exemplo, será encarada de modo distinto entre irmãos.
"A ideia da igualdade é mais uma defesa do ser humano para lidar com a difícil questão de respeitar as diferenças e conviver com o diferente. A educação familiar, mesmo que pautada nos mesmos princípios, será sempre única para os indivíduos. Cada ser é único em sua relação com o todo, com a vida e com sua história familiar. Daí as diferenças serem absolutamente possíveis, e não apenas decorrente de questões familiares", fala a psicóloga e analista junguiana Suely Engelhard, da ATF-RJ (Associação de Terapia Familiar do Rio de Janeiro).
As diferenças ficam mais perceptíveis à medida que as crianças vão crescendo. Ao observar dois irmãos que chegam à adolescência, por exemplo, é natural notar que lidam com conflitos e situações de modo diferente. Por exemplo: um é fechado, porque acha que nunca foi ouvido, e o outro é mais comunicativo, por acreditar que o diálogo sempre fez parte do meio familiar.
Mais um caso é o de irmãos com desempenhos escolares discrepantes: um é excelente aluno, mas o outro não quer saber de estudar. "Não conseguimos medir o que os outros sentem. Inúmeros são os fatores que fazem com que uma pessoa pense assim ou 'assado'. Quem sabe se o que não estuda não o faz porque tem medo de não ser tão bom quanto o outro? Ou porque escutou os pais elogiando o irmão e se ressentiu?", exemplifica Maria Belintane.

Ordem de nascimento

Eis um ponto importante: embora os pais acreditem que estão dando o mesmo tipo de educação aos filhos, na prática, não é bem isso que acontece. Primeiro: cada um sente o afeto de um jeito. E, depois, porque afinidades, temperamento, gênero e idade regem as relações. Existe uma corrente que prega que a ordem de nascimento dos irmãos acaba demarcando a função de cada um na dinâmica familiar –e influenciando na personalidade e nas escolhas futuras.
O maior defensor dessa teoria, acolhida por muitos estudiosos em comportamento humano, é o psicólogo norte-americano Kevin Leman, autor do livro "Mais Velho, do Meio Ou Caçula - A Ordem do Nascimento Revela Quem Você É" (Mundo Cristão). Ideias semelhantes foram apresentadas por seu colega de profissão, o também americano Frank J. Sulloway, em "Born to Rebel: Birth Order, Family Dynamics and Creative Lives" (em tradução livre, "Nascido para Se Rebelar: Ordem de Nascimento, Dinâmica Familiar e Vidas Criativas").
Para a psicóloga e terapeuta familiar Mara Lins, diretora científica do Cefipoa (Centro de Estudos da Família e do Indivíduo de Porto Alegre), o conceito faz sentido. "O primogênito costuma receber uma carga maior de expectativas por parte dos pais, pois é ele que, de certa forma, 'inaugura' a família. O caçula encerra esse ciclo e é mais mimado, pois, provavelmente, será o último a deixar a casa dos pais, marcando o surgimento do ninho vazio. Os filhos do meio, em geral, se tornam pessoas muito populares e queridas, pois tiveram de desenvolver recursos para chamar a atenção dos pais e se destacar no lar", explica.
De acordo com Sonia Maria Giacomini, coordenadora do programa de pós-graduação em Ciências Sociais da PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), o momento de vida em que o casal gerou cada filho também é determinante para as diferenças futuras. 
"Tudo deve ser levado em consideração: se as crianças foram planejadas ou não, se o casamento atravessa uma fase harmoniosa, a situação profissional e financeira dos pais, as circunstâncias que permearam a gravidez e o parto e até os sonhos e desejos da família. São fatores que ajudam a escrever a biografia de uma pessoa", diz.

Amigos, professores e outras influências

Conforme as crianças vão crescendo, outros fatores são acrescentados à formação: amizades, relacionamento com professores e avós, experiências, doenças. "Isso tudo faz com que um desafio, por exemplo, seja interpretado de modo diferente por irmãos, apesar de terem recebido as mesmas orientações para lidar com ele", fala Sonia Giacomini.
Uma explicação para a diferença de valores entre filhos e pais é o fato de terem nascido em épocas diferentes e, portanto, terem sido submetidos a distintos contextos econômico, social e político que influenciam a maneira de ser de uma pessoa, assim como a dinâmica do lar.
Uma vez que os filhos têm suas singularidades, o ideal seria não criá-los de maneira igual. "Temos de entender que eles precisam ser amados na mesma intensidade, mas não de modo igual, pois são pessoas diferentes. Cada um tem aspectos positivos e negativos distintos. É um equívoco compará-los, pois quando os pais fazem isso, eles aprendem a comparar o amor recebido e nunca, na opinião deles, serão amados tanto quanto o outro", afirma a pedagoga Maria Belintane.
O mais saudável, de acordo com os especialistas consultados, é se esforçar para administrar as diferenças, sem tentar padronizar os filhos ou forçar afinidades, sempre respeitando as particularidades de cada um.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

10 passos para superar o medo de mudanças

Trocar de emprego, morar em outra cidade, terminar um namoro ou decidir se casar; promover transformações assim assusta, mas é possível superar temores e mudar para melhor


Mesmo tendo a consciência que ela é inevitável e pode ser inclusive benéfica, muitas vezes é difícil encarar as mudanças que surgem em nossas vidas, porque elas vêm acompanhadas do medo, na maioria das vezes. Parte do processo dinâmico de viver, esse movimento pode se tornar algo renovador, se bem assimilado. De acordo com a psicóloga Márcia Vasconcellos, isso só acontece quando entendemos que mudar trará benefícios.
“Quando algo no mundo nos sugere mudança, nem sempre entendemos o motivo e nos perguntamos: ‘Pra quê mudar se as coisas sempre funcionaram deste ou daquele jeito? ’ Somente quando entendemos o benefício da mudança em nossas vidas é que conseguimos fazer o movimento”, explica Márcia.
No entanto, mudar não é tarefa fácil, já que ela implica deixar de lado velhos hábitos, pessoas, a cidade onde mora e até o país. Além de tudo, envolve uma série de desafios e inseguranças durante todo o processo. “Quando a pessoa supera os desafios e vê que obteve êxito fica muito feliz, satisfeita e tende a se sentir melhor. A sensação é de autorrealização”, aponta Fabiano Goldacker, executive coach da Effecta Coaching.
“Mudanças só valem a pena se haver aprendizado. Mesmo aquelas que não foram bem sucedidas nos levam a questionar o que poderia ter sido feito de forma diferente e como agiremos quando novas oportunidades aparecerem”, prossegue Goldacker. “Num primeiro momento, nos deixa vulneráveis, mas quando entendemos o porquê e pra quê, isso nos possibilita tirar melhor proveito da situação e assim, crescemos individualmente”, completa Márcia, lembrando ainda da confiança e da autoestima que ganhamos com isso.
Contudo, não dá para se enganar e acreditar que o processo será rápido e não exigirá paciência. “Antes de mudar é preciso esclarecer os motivos, percebendo quais as perdas e benefícios envolvidos. Devemos ainda trabalhar os medos para que possamos nos envolver no processo de forma consciente, mas confiantes de nossa escolha”, aconselha Márcia.
Por fim, o processo de mudança exige liderança e protagonismo, de acordo com Goldacker. Consciente dessas necessidades que mudar traz é possível então iniciar o processo, como se pode ver nos dez passos elaborados pelos especialistas.
1 - Faça uma lista de prós e contras: grande parte do problema em mudar está quando não pesamos consequências das nossas atitudes. Ter uma ideia clara dos ganhos e perdas envolvidos vai ajudar a deixar o processo mais fácil.
2 - Tenha clareza de seus objetivos: saiba exatamente aonde você deseja chegar e não abra concessões de seus sonhos e desejos. Se você quer trabalhar menos e ter tempo para a família, por exemplo, foque neste objetivo até conquistá-lo.
3 – Não negue o medo: não vai ter como fingir que ele não existe quando o medo aparecer. É natural ficar apreensivo numa situação de grande mudança, aceite essa condição. Se você evitar assumir que está apreensivo, o temor pode se tornar maior e mais forte.
4 - Fale sobre o assunto: conversar sobre algo que está incomodando sempre ajuda. Evite guardar a angústia gerada por uma mudança só para você. Converse sobre o que está sentindo com familiares e amigos, não só para ouvir conselhos, mas para viver o sentimento de alívio que desabafar traz.
5 – Mas não seja um reclamão: desabafar é positivo, mas não significa que você vai ficar falando do assunto o tempo inteiro. Isso não vai resolver o seu problema, talvez o piore. A reclamação traz uma sensação de fracasso e te impede de seguir adiante.
6 - Coloque o plano em ação: uma vez que você analisou os prós e contras, é hora de colocar seu projeto em ação. Não fique esperando pelo momento ideal para isso. Comece a agir mesmo que o cenário não seja dos mais favoráveis.
7 - Estude seus passos: olhe para a situação de diferentes ângulos e mude a rota se for necessário. Vai abrir um negócio? Estude bem o mercado, os clientes, os produtos. Quanto mais preparada (o) estiver, maior a sua segurança ao agir.
8 – Não perca a paciência: toda mudança leva tempo, tenha isso em mente quando a impaciência surgir. Da mesma forma, fique consciente que você não terá o controle absoluto do processo de mudança.
9 - Busque opiniões externas: ouvir uma opinião de quem está de fora da situação ajuda a relativizar os problemas. É natural que quem está vivenciando tudo de perto tenha a tendência de supervalorizar tudo, inclusive aspectos mais simples.
10 – Se precisar, mude o foco: Algo deu terrivelmente errado? O novo emprego é péssimo? Não gostou do prédio novo? Tente deixar o problema esfriar um pouco. Procure ocupar a mente com um hobbie, saia de casa ou simplesmente tome um café e relaxe. Com a cabeça livre da pressão é mais fácil pensar melhor e achar uma solução mais rapidamente.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Ansiedade e depressão não são quadros opostos

Ambos têm sintomas em comum e podem aparecer na mesma pessoa


Muitas pessoas acreditam que depressão e ansiedade são quadros opostos, mas isto não é verdade. Existem muitos estudos a cerca destas doenças, e o que se pode observar é que o diagnóstico de depressão pode passar para um quadro de ansiedade em 2% dos casos e no sentido contrário, ansiedade para a depressão em 24% dos casos. Por isso é importante buscar a ajuda de um especialista para evitar que o quadro se agrave. 
Primeiro, vamos entender o que é a ansiedade. Esse é um sentimento que causa desconforto, uma apreensão desagradável que pode surgir frente a um perigo real, ou imaginário, onde prepara o indivíduo para uma situação potencialmente danosa, como punições, privações ou ameaças físicas ou morais. A ansiedade impulsiona a pessoa a resolver a situação, aumentando o grau de vigília e sua capacidade de ação, é natural do ser humano e adaptativo, necessário para a autopreservação. 
A ansiedade se torna patológica quando passa a atrapalhar o indivíduo, trazendo prejuízo ao bem estar e ao seu desempenho, impedindo-o de enfrentar as situações ameaçadoras. Seus sintomas são intensos e aparecem como medos exagerados, estados em que não se consegue relaxar, sensação de que sempre algo ruim está para acontecer, falta de controle sobre seus pensamentos, fixação em seus problemas, pavor de situações difíceis, dificuldade de concentração, fadiga, irritabilidade, problemas sexuais, dificuldades para dormir, entre outros. Esses pensamentos geralmente vêm associados a sensações físicas como mal estar, dor de estômago, aperto no tórax, palpitações, inquietação, sudorese, etc. 
Já a depressão é um distúrbio emocional caracterizado por tristeza profunda e baixa autoestima, que pode ser desencadeada por diversos fatores. Nele há uma alteração química no cérebro do paciente, onde os neurotransmissores não são produzidos de maneira satisfatória. Entre eles estão a serotonina, noradrenalina e dopamina, que são substâncias que transmitem impulsos nervosos entre as células. 
Os sintomas da depressão são: apatia, falta de motivação, medos que antes não existiam, dificuldade de concentração, perda ou aumento de apetite, pessimismo, indecisão, insônia, sensação de vazio, irritabilidade, raciocínio mais lento, esquecimento, ansiedade, angustia, entre outros. 
Podemos observar que há muitos sintomas similares entre a depressão e a ansiedade, como por exemplo, os medos, dificuldade de concentração, insegurança, irritabilidade, entre outros. O que é importante ressaltar é que ambos são doenças e devem ser diagnosticas e tratadas corretamente por profissionais especializados. 
É importante que se houver alguma dúvida quanto a sintomas ou diagnósticos, procure um especialista e faça uma avaliação, pois são doenças que podem se agravar. O quanto antes elas forem tratadas, mais rápido e eficiente será o restabelecimento da saúde mental desse paciente. 

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Saiba como superar os traumas do passado



Medo do passado

• Em minhas palestras, sempre falo sobre a importância de saber viver o aqui e agora, arquivando o passado e deixando as preocupações do futuro para quando ele se tornar presente.
• Porém, é preciso ficar claro que situações mal resolvidas no passado, que lhe causaram decepções, mágoas ou culpas, podem afetar o seu hoje.
• E o pior acontece quando você teme reencontrar sentimentos e emoções passadas, tornando-se amarga.
• Que tal aprender a reabrir seu baú de recordações, remexer nas feridas não cicatrizadas e passar tudo a limpo?

Como agir

• Lembre-se: hoje você é uma pessoa que amadureceu com as duras provas que passou.
• Ao invés de se manter sofrendo e reclamando pelos traumas que viveu, procure ser grata pelas experiências que adquiriu. Essa mudança de ponto de vista tem o poder de libertá-la das amarras do passado.
• Fugir de lembranças que a feriram é como adiar a felicidade. Encare suas dores, compartilhe suas lembranças com quem possa lhe compreender e aconselhar, e verá que as coisas em sua vida começarão a fluir.
• E, principalmente, disponha-se a perdoar. Primeiro, o autoperdão, aceitando suas fraquezas e erros que atraíram complicações para sua vida. Depois, exercite o perdão a todos aqueles que, em determinada época, foram os vilões de sua história.
• E não confunda perdão com reconciliação. Você deve perdoar a todos, porém com alguns deles você deverá manter distância, para sempre!
• Pare de acreditar que perdoar dará mais poder para o ofensor ou que vai libertar a consciência dele. Esqueça o outro! Ele é o que é e você deverá tomar cuidado com ele!
• Mas você pode ser e estar bem melhor, com a firme decisão de sair do papel de vítima, deixar de lado a tola ilusão de que o passado poderia ter sido diferente, e seguir em frente!
• Entenda que o perdão é libertador para você, é uma poderosa “vacina” contra a depressão e doenças mais graves, bem como a “chave mágica” para uma vida de prosperidade!

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

9 passos para superar um arrependimento

Aprenda a lidar com o que passou transformando o arrependimento em um impulso para algo novo


A vida é feita de escolhas e nos deparamos o tempo todo com opções que as colocam em cheque. Ter o poder de decidir pode ser muito divertido, o problema começa quando uma escolha se transforma em arrependimento.
Uma pesquisa recente feita pelo site Happify mostrou que 90% das pessoas admite ter um grande arrependimento. É natural que, ao longo do tempo, algumas escolhas do passado pareçam equivocadas. Porém, estagnar a vida pensando no que poderia ter sido pode ser ainda pior.
“É certo de que algumas decisões podem gerar o arrependimento, aquele sentimento de ‘e se eu tivesse feito’. O problema é que nunca saberemos se o ‘se’ daria certo ou errado.” – aponta o psiquiatra Leonard F. Verea.
Ainda segundo a pesquisa, assuntos ligados ao coração e aos relacionamentos aparecem em primeiro lugar na lista de arrependimentos. Para os especialistas é importante saber reagir de maneira adequada às emoções negativas.
“Elas não devem comandar atitudes ou influenciar julgamentos, pelo contrário, devem ser controladas para que não ultrapassem limites. Todos enfrentam momentos estressantes. A diferença está em evitar atitudes impensadas que possam gerar um grande remorso no futuro, como o fim de um casamento ou até o rompimento de laços entre familiares”.Falando em termos românticos, a pesquisa apontou ainda mulheres, em relação aos homens, são maioria no quesito arrependimento.
“As mulheres, muitas vezes por influência da cultura, têm uma capacidade maior de rever situações e apresentar comportamentos de arrependimento ou pedidos de desculpas quando ofendem ou ferem alguém”, afirma a psicóloga Simone Domingues, coordenadora da graduação em psicologia da Unicsul. Homens, por serem mais práticos, tendem a ter mais questionamentos ligados com a carreira e dinheiro.
Segundo o consultor em gestão de pessoas, Eduardo Ferraz, é comum que as pessoas reclamem de trabalhar demais em detrimento da família, ou ainda, de fazerem aquilo que não lhes dá prazer.
“Quando você faz o que gosta, certamente as dúvidas e arrependimentos são menores. Conheça seus pontos fortes e se posicione onde possa render mais. O autoconhecimento evita frustrações e expectativas e ajuda a tomar decisões mais acertadas na carreira” – ensina.
E já que se arrepender faz parte da vida, veja a seguir algumas dicas que podem ajudar a superar aqueles fatos que são difíceis de aceitar:
1. Aprenda a se perdoar: errar é humano, aceite isso. Evite perder tempo demais remoendo o passado. Não dá para muda-lo, mas é possível alterar o futuro. Ser mais gentil consigo e parar de pensar no que passou permite ver as oportunidades que estão no presente e pode evitar novos erros.
2. Veja o lado bom: toda situação tem um lado bom. Focar no benefício ajuda a deixar as escolhas mais leves e você se sente mais feliz. Se largou o emprego dos sonhos para ganhar mais, pense nas coisas boas que o dinheiro trouxe. Você pode estar trabalhando em algo que não lhe agrada tanto, mas está pagando a parcela do apartamento sem sufoco. Viu? Pense nisso.
3. Aceite seus limites: é normal que a vida nos imponha algumas situações-limite e é preciso aprender a lidar com isso, fazendo o que é possível no momento.
“Muitas vezes tomamos algumas decisões que, naquele momento, foram as que podíamos tomar, dentro das condições psíquicas que tínhamos. O importante é entendermos isso e não ficar se culpando pelo que poderia ter sido” – aconselha Simone Domingues.
4. Faça novos planos: mantenha seus sonhos. Se não abriu um negócio quando teve a oportunidade, não desista dessa vontade, apenas espere um pouco ou faça adequações que viabilizem isso. O mesmo vale para a vida amorosa. Se o casamento acabou, talvez seja hora de mudar a rota e construir novas relações.
“Em algumas situações, continuar lutando não é sábio, mas sim burrice. Muitas vezes perdemos tempo com coisas que achávamos importantes, e depois concluímos que aquilo não passava de vaidade” – diz Simone.
5. Seja fiel à própria vontade: viver a vida que os outros esperam de você é um erro muito comum e que gera grande angústia. É normal que a sociedade imponha uma série de papéis e obrigações às pessoas, cabe a você decidir os rumos e de que maneira deseja viver. Não se deixe pressionar e não se prenda ao famoso “o que os outros vão achar”.
6. Mude de rota: algo não saiu como o desejado? Mude, faça ajustes para chegar ao objetivo e não espere tudo dar errado para tomar uma atitude. Se a relação vai mal, converse com o parceiro e tente melhorar. Fazer o que estiver ao seu alcance é uma das melhores formas de evitar futuros arrependimentos.
7. Mantenha o foco: a vida é um conjunto formado por diversos campos: afetivo, profissional, familiar e etc. Se algo não deu certo em alguma destas áreas, não pare o restante da vida. Há muitas coisas para conquistar e comemorar em outras áreas. Não se trata de tapar os olhos para o problema, mas evitar focar exclusivamente nele.
8. Faça escolhas: tome decisões, mas tenha em mente que toda escolha envolve abrir mão de algo. Estar consciente dá uma ideia mais precisa do que se está ganhando e do que se está perdendo, o que ajudar a evitar arrependimentos futuros.
9. Não guarde para si: falar com amigos e pessoas próximas é bom para relativizar o problema. Ouvir o ponto de vista dos outros pode mostrar que a situação não é tão ruim quanto parece. Além disso, não tocar no assunto pode transformar o arrependimento em mágoa, rancor ou amargura, sentimentos negativos e que impedem a vida de seguir adiante.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Perdoar e pedir perdão faz bem para a saúde emocional

Mas para tanto é preciso ter sinceridade tanto ao desculpar quanto ao ser desculpado


Perdoar é muito importante. Faz bem a mente e dá "paz no coração". O objetivo maior do perdão é trazer alívio e solução à pessoa que está sentindo raiva, ressentimento ou mágoa. Muitas pessoas confundem o ato de perdoar com consentimento e passividade. Perdoar os outros, e até mesmo a si próprio, não significa de forma alguma aceitar o comportamento que foi prejudicial, muito menos renunciar a valores que foram afetados, perdoar é outra coisa. 
perdão é processo de conseguir finalizar a dor sentimental causada pelo ressentimento, magoa ou raiva contra uma pessoa ou si próprio, tendo como base uma ofensa percebida, diferenças de opiniões, erros cometidos, fracassos, traições, mentiras, etc. Esse mal estar gera angústia, exigência de castigo, necessidade de restituição e algo que possa compensar o sentimento de perda e engano sofrido. Com isso, a vingança e revanche, muitas vezes, é o caminho que mais parece ser útil, prático e rápido. Porém, gera mais dor e sofrimento que qualquer erro cometido; é amargo e pouco saudável. 
PUBLICIDADE - Passe o mouse sobre o vídeo para ativar o som
Saber perdoar é de certa forma uma doação. Quem perdoa não impõe condições humilhantes de reparo e compensação. O perdão só é verdadeiro quando percebido pelos atos e não somente pelas palavras. É ser capaz de deixar para trás o passado e viver o presente livre, leve e solto. É um ato concedido sem qualquer expectativa de compensação. Perdoar é se dar sem esperar nada em troca, de tal forma que quem é perdoado não precisa nem tomar conhecimento desse processo. É algo interno e individual. 

Saber pedir perdão

A raiva, a mágoa e o rancor são sentimentos negativos com grande capacidade de destruição. Quem convive com esses sentimentos sofre muito, pois fecham as portas para as possibilidades de felicidade. A grande arma de defesa dessa dor é o perdão. 
Por isso, além de ser capaz de dar o perdão, quando erramos, devemos saber também pedir desculpas e ter recursos para reconquistar a confiança e respeito alheio. Reconhecer os próprios erros e ser capaz de mudar é sinal de amadurecimento e evolução. 
Porém, o mais importante é ser capaz de fazer esse trabalho mental de forma interna. Nem sempre é útil expor aos outros assuntos antigos e corriqueiros de desentendimento da vida. Remoer o passado sem objetivo específico não faz bem a ninguém. É claro que se tem algum assunto mal resolvido na vida é bom poder esclarecer as ideias com quem está envolvido. Mas, lembre-se: assuntos muito antigos, passados e enterrados, costumam ser melhores quando elaborados internamente.


Para poder pedir perdão com eficácia é preciso: 
  • Assumir sinceramente o erro cometido
  • Ter recurso interno para mudar
  • Ser capaz de aceitar a resposta do outro (que pode ser um sim, quanto um não).
Para ser capaz de perdoar de verdade e não apenas da boca para fora, é preciso compreender a nós mesmos e aos outros. Quando não somos capazes de deixar para trás o passado, estamos julgando. Esse julgamento envolve muita energia de crítica, assim vivemos a ideia errônea que sabemos como é o certo e como a vida deve ser conduzida. Perdoar é ter a humildade de reconhecer que não somos donos da verdade, que a vida é muito maior, plena e rica de atos e acontecimentos dos quais precisamos ter recursos internos para saber lidar sem nos desmanchar, quebrar ou rachar no meio. Perdoar é libertar primeiro a si mesmo, depois o outro. 

terça-feira, 18 de novembro de 2014

O que você mudaria no seu corpo?

Um grupo de jovens gravou um vídeo perguntando a adultos e crianças o que eles gostariam de transformar em sua aparência. A diferença entre as respostas foi surpreendente!


Com o objetivo de fazer as pessoas se sentirem mais confortáveis com sua aparência, a ONG norte-americana Jubilee Project produziu um vídeo mostrando o que adultos e crianças gostariam de mudar em seus corpos. Enquanto homens e mulheres afirmam se sentirem desconfortáveis com o tamanho da testa, orelha e até mesmo com a altura, crianças adorariam ter "poderes mágicos", asas, rabo... Veja o resultado: 

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Você tem dificuldade de se impor?

Dificuldade em estabelecer limites pode prejudicar relações pessoais e de trabalho


Todo relacionamento saudável necessita de uma boa dose de comunicação e também de limites. Por isso, saber se impor, aprender a falar não, conseguir dar limites ou mesmo não deixar que as pessoas invadam seu espaço é uma tarefa fundamental, porém árdua para alguns. Há quem faça com leveza e maestria, mas não são todos que já nascem sabendo solucionar essas questões. Mas o bom disso tudo é saber que se pode aprender a qualquer momento e em qualquer idade. Ainda bem que temos todo tempo do mundo para nos aperfeiçoarmos com isso. 
O problema maior acontece quando uma pessoa sofre por não conseguir expressar aquilo que quer e precisa para os outros. Como cada um tem uma história de vida, um aprendizado, uma vivência, a questão de limites não é tão óbvia assim, é preciso uma boa dose de expressão para que as pessoas consigam se entender e respeitar os outros. 
PUBLICIDADE - Passe o mouse sobre o vídeo para ativar o som
 
Quem não sabe dizer não, por exemplo, numa relação profissional, acaba cedendo o tempo todo, passando por cima de si próprio e dos seus limites. Quando alguém lhe pede alguma ajuda ou a atenção para execução de uma tarefa, sendo que não há tempo hábil para isso pelo acúmulo de outros serviços, quem não sabe dizer não acaba dizendo sim, mesmo prejudicando claramente a si próprio. O resultado é o acumulo de serviço, poucas horas livres, cansaço e estresse pelo excesso de trabalho e algumas pessoas relatam, também, sentir-se tristes, irritadas e de mau humor por não conseguirem se impor e mudar o rumo da situação. Outras pessoas chegam a sentir raiva de quem pediu o serviço ou a ajuda, atribuindo ao outro o problema em vez de perceber a própria dificuldade em comunicar aquilo que precisa. 
Essa dificuldade de dizer o que pensa, evitar dizer não, normalmente está ligada a alguns pontos psicológicos: 
  • Baixa autoestima
  • Medo de perder o contato e/ou amizade
  • Medo de ser rejeitado
  • Receio de ser demitido ou do termino de uma relação
  • Não saber negociar e por isso não ter estratégia para lidar com a situação
A solução deste problema está em curar a ansiedade e as fantasias que cada um tem sobre si e sobre os outros. 
Um bom exercício a ser feito em paralelo a um tratamento é escrever quais são os reais acontecimentos que estão no momento incomodando e necessitam de mudanças, falar não, se impor, etc. Depois escrever as soluções que sejam possíveis, viáveis e saudáveis para cada situação. 
Lembre-se de escrever pelo menos três possíveis formas de resposta. Como não existe verdade absoluta, nesse caso, também não existe uma única resposta ou um único caminho de ação. O cuidado nesse momento é justamente não ir para o extremo oposto, afinal, quem não sabe falar o que pensa, pode erroneamente achar que falar tudo é a solução. Ninguém se dá bem com quem não tem limites, pois quem não se impõe é um pouco submisso, mas quem só diz o que pensa é considerado por muitos uma pessoa extremamente agressiva. Desejo a você todo cuidado para encontrar o equilíbrio. 
Agora entenda o que falta para você agir. Se for medo, seu trabalho deve ser na cura do medo, se for dificuldade de expressão, trabalhe sobre esse ponto. Entenda o que te impede de seguir com suas ideias listadas e se esforce para encontrar a situação viável para suas novas ações. 

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Sono ruim interfere no seu dia a dia

Não são apenas os distúrbios do sono como insônia, apneia e síndrome das pernas inquietas que podem afetar o seu dia a dia e as suas relações. Dormir mal, simplesmente, também traz efeitos deploráveis para a sua vida. De acordo com os especialistas entrevistados pelo UOL Comportamento, falta de concentração e dificuldade em memorizar coisas simples podem ser sinais de que suas noites ruins estão virando dias piores.
"As pessoas chegam até mim e não conseguem completar uma frase. Simplesmente esquecem o que iam dizer. E isso acontece porque não estão conseguindo dormir direito. Precisamos ter um sono tranquilo e reparador para memorizar tudo que fizemos durante o dia. É assim que funciona. Quando temos um sono picado, não chegamos ao estágio REM (aquele relacionado ao sonho), que é responsável pela memorização", explica Myriam Durante, psicoterapeuta holística e presidente do Ipom (Instituto de Pesquisa e Orientação da Mente).
Segundo a última pesquisa feita pelo Instituto do Sono ligado à Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), em 2007, mais de 35% dos paulistanos têm dificuldade para manter o sono sem interrupções, enquanto cerca de 25% da população não consegue pegar no sono facilmente pelo menos três vezes por semana. O estudo terá sua continuidade divulgada em 2015, quando os mesmos mil e um voluntários voltarão ao laboratório da Universidade para novos testes.
Para João Marcos Salge, pneumologista do Centro de Medicina do Sono do HCor (Hospital do Coração), o ritmo da vida urbana está diretamente ligado às noites mal dormidas. "O excesso de trabalho e de compromissos sociais faz com que o tempo que deveria ser ocupado pelo sono seja preenchido com outras coisas. E o sono tem função restauradora, então, quem dorme pouco está sujeito a uma sonolência diurna excessiva, o que traz prejuízos no trabalho e até na vida pessoal do indivíduo", fala. 
O principal sintoma da falta de sono é o mau humor, afinal, ninguém consegue estar bem para encarar a rotina após uma noite ruim. "Dormir bem dá equilíbrio emocional e mental, enquanto o contrário vai te deixar impulsivo, irritado e incapaz de manter a atenção no que realmente importa", afirma Rosa Hasan, neurologista e membro da Associação Brasileira do Sono (ABS).
Rosa alerta também para o fato de que não adianta ter uma noite sem interrupções se você dormir pouco. Assim como repousar por exaustão não trará o resultado necessário para se sentir bem no dia seguinte. "O ideal é reservar oito horas para o descanso. Mas, existem pessoas que precisam de mais e outras que são dormidoras curtas. E é fato que com a idade a necessidade de sono muda", comenta.

Depressão, ansiedade e a relação com o sono

É comum pensar que pessoas que preferem ficar na cama dormindo ao invés de fazer qualquer outra coisa podem estar com depressão. Mas não é bem assim. Aqueles que são afetados pelos distúrbios do sono, como insônia, apneia e síndrome das pernas inquietas também vão adquirir maior cansaço.
"Para diferenciar uma coisa da outra, um conjunto de sintomas deve ser observado. A depressão é caracterizada pela falta de ânimo em todas as áreas da vida, enquanto os distúrbios trazem cansaço, mas não tiram a motivação de viver. Além disso, a pessoa afetada pelos problemas típicos do sono terão queixas frequentes sobre as noites ruins e devem procurar um especialista", explica João Marcos Salge.
Já para os indivíduos ansiosos, o sono pode ser um desafio e o grau do problema deve ser avaliado para saber o tratamento necessário. "Se for uma coisa momentânea, recomendamos tentar certa disciplina e não pensar nas preocupações na hora de dormir. Atividades relaxantes como meditação e leitura também podem ajudar", fala Rosa.

Dicas para você dormir melhor

- Tenha um ambiente adequado: silencioso e escuro, pois a luminosidade inibe o sono.
- Procure ter uma rotina de horários para dormir. Pessoas com ritmo de vida aleatório têm dificuldade de pegar no sono, já que o organismo precisa de um padrão para reconhecer que aquela determinada hora é a hora do descanso.
- Praticar exercícios faz muito bem, inclusive para conseguir dormir melhor, mas evite fazê-los à noite. Segundo Myriam Durante, o corpo precisa de quatro a seis horas para desacelerar.
- Se expor à luz do computador ou do celular também inibe o sono, pois deixa a pessoa alerta. Quanto à televisão, Rosa diz que é um pouco relativo, já que algumas pessoas dizem precisar dela para pegar no sono.
 - Evite alimentos estimulantes, como derivados da cafeína. Para os fumantes, o ideal é diminuir a quantidade de cigarros à noite.