quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Filhos distantes? 4 dicas para estreitar os laços entre pais e filhos


Você sente que seus filhos estão distantes? É normal que a relação entre pais e filhos sofra diversas modificações ao longo dos anos. Quando são crianças, os pais representam a principal fonte de conforto e amor e também são a referência principal na construção da personalidade. Até certo ponto do desenvolvimento infantil, o ambiente familiar interfere diretamente na evolução psicológica e emocional e na formação dos traços comportamentais dos filhos.

Com o passar do tempo, os filhos assumem um papel mais questionador e, aos poucos, desenvolvem novas formas de pensar e encarar a vida. Neste processo, é possível que a relação entre pais e filhos seja abalada e ocorra um certo distanciamento. Neste momento, é importante entender quais as barreiras emocionais estão impedindo uma relação mais harmoniosa e afetuosa com seus filhos.

Quando os filhos se tornam adultos, é preciso estabelecer uma relação mais horizontal e criar novas maneiras para se comunicar.
Confira as 4 dicas para melhorar a relação entre pais e filhos

Dedique-se a conhecer seus filhos

Para melhorar o vínculo afetivo entre pais e filhos, é importante se dedicar e investir em conversas e momentos juntos. Pergunte como anda sua rotina, sua opinião sobre determinados pontos e procure incluir momentos de descontração com seus filhos.

Após uma certa idade, é comum que os papéis fiquem invertidos e os filhos sintam a necessidade de dar conselhos aos pais. Procure receber e acolher esses conselhos. Muitas vezes, os filhos que já atingiram a idade adulta podem trazer novas visões do mundo e essa troca pode ser muito interessante.

Tenham um hobbie em comum

Nada melhor para aproximar pais e filhos do que interesses em comum! Pode ser um esporte, gosto musical, cinema, culinária… Encontrem algo que seja prazeroso para realizarem juntos. Com certeza, será uma grande oportunidade de aproximação!

Saiba respeitar suas opiniões

Muitas vezes, existem assuntos delicados e pontos de vista completamente opostos na relação entre pais e filhos. Quando precisar falar sobre tais assuntos, procure saber a hora de falar e ouvir, sempre respeitando as diferenças entre vocês.

Desenvolva sua Inteligência Emocional

Desenvolver a Inteligência Emocional é adquirir uma importante aliada nas relações familiares.


Fonte: SBIE

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Aproximação da família com escola apoia o aluno e transforma educação




A família e a escola devem caminhar juntas para apoiar o desenvolvimento dos alunos. Embora essa afirmação seja quase um consenso entre os profissionais da educação, a aproximação entre ambos os lados ainda é um desafio. Enquanto diretores e professores se queixam da falta de envolvimento da família na educação, pais ou responsáveis dizem não encontrar espaços de participação dentro da escola.

Para romper essas barreiras, especialistas defendem que é necessário investir no diálogo, seja para acordar os horários da reunião de pais ou até mesmo criar estratégias efetivas de participação. Os desafios e caminhos para concretizar a integração família e escola são tema de uma série de reportagens do Porvir que se inicia hoje.

“Não existe uma regra geral de como se aproximar das famílias. Cada escola precisa descobrir junto com as famílias um jeito de trazer essa participação”, defende a professora e pesquisadora Heloisa Szymanski, doutora em educação pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e pós-doutora pela Universidade de Oxford, na Inglaterra.

Sem uma receita para dar conta da aproximação entre escolas e famílias, a pesquisadora menciona que os casos mais bem-sucedidos reforçam a importância de ouvir os pais e representantes da comunidade. Durante as reuniões, por exemplo, que são um dos momentos mais comuns de interação entre ambos, a falta de escuta resulta na convocação de encontros em dias ou horários que as famílias não podem comparecer. Se de um lado a reclamação é de que ninguém vai às reuniões, do outro, a justificativa é de que não é possível faltar em um dia de trabalho ou desmarcar um compromisso.

O formato de boa parte dos encontros também não contribui para essa aproximação, principalmente quando dificuldades de crianças são expostas na frente de todos os pais. “Já está mais do que comprovado que esse tipo de reunião não funciona. Tem que inovar, mas inovar junto com representantes de famílias e alunos”, aponta.

Em muitos casos, a participação da família na escola ainda fica restrita à ações pontuais. “Os pais são chamados na escola só para pegar o boletim dos alunos ou para uma festa para arrecadar fundos. E, ultimamente, não conseguem nem mais participar da elaboração da festa”, conta Kezia Santos, coordenadora geral do CRECE (Conselho dos Representantes dos Conselhos de Escola do Estado de São Paulo). Mãe de um menino no terceiro ano do Ensino Médio e de uma menina no quinto ano do Ensino Fundamental, há mais de 15 anos ela representa o segmento de pais no município e no estado de São Paulo.

Por meio do Conselho Escolar, que garante a participação de pais, representantes de alunos, professores, funcionários e membros da comunidade nas decisões de escolas públicas, Kezia acompanha de perto os desafios dessa relação. Ela diz que a ausência de diálogo entre ambos os lados e a falta de uma cultura de participação são algumas das maiores dificuldades observadas no dia a dia. “Eu costumo falar que a escola não deve formar só o aluno. Ela tem que formar os pais”, aponta Kezia, quando diz que a relação com as famílias também deve estar entre as prioridades das escolas.

Por outro lado, ela observa que diretores e professores precisam entender que a presença da família na escola não pode ser vista como uma ameaça ou espécie de intromissão. “Quando eu entrei na EMEI (Escola Municipal de Educação Infantil) e comecei a participar do conselho, pedi para ver o regimento da escola. A escola disse que não poderia me fornecer porque eu não saberia interpretar”, lembra Kezia.

Para Priscila Cruz, diretora executiva do Todos Pela Educação, o que faz diferença na hora de aproximar famílias e escolas é a percepção de ambos de que essa parceria pode trazer resultados para o aluno. “Tem um acúmulo de desafios que as escolas enfrentam todos os dias e muitas acabam vendo as famílias como mais uma coisa a ser feita, mais uma tarefa que elas precisam dar conta. Até que elas percebem que com a parceria da família vão ter o seu trabalho facilitado”, menciona.

Nos Estados Unidos, no centro de estudos Harvard Family Research Project, as pesquisadoras Heather Weiss e Elena Lopez têm acompanhado algumas estratégias que podem trazer resultados mais efetivos para essa aproximação, como visitas do professor à casa das famílias para apresentar o projeto pedagógico antes do ano letivo começar ou o uso de metodologias design thinking para envolver os pais em desafios e trazem suas ideias para dentro da escola. “Isso é um jeito de dizer: as famílias têm ideias, então vamos trabalhar com elas para desenvolvê-las”, conta Heather Weiss, que é diretora do projeto.

De acordo com Heather, não existe um limite claro entre o que é responsabilidade da família e o que é responsabilidade da escola, mas é importante que os dois lados trabalhem juntos para fazer com que o aluno aprenda e seja bem-sucedido. Ela ainda chama atenção para o fato de que as estratégias de aproximação devem passar por mudanças organizacionais, que envolvem desde o apoio aos diretores escolares até a inclusão desse tópico na formação inicial e continuada de professores.

Naquele país, estratégias voltadas para o engajamento familiar têm ocupado espaço entre as políticas públicas desde a década de 1960 e existem leis que destinam uma parte da receita dos distritos para ações que incentivam a participação.

“As pesquisas mostram que é importante para as famílias entenderem que elas têm um papel na vida de seus filhos, em seu aprendizado, desenvolvimento e perceber que suas práticas podem fazer a diferença. Os pais conseguem fazer isso quando a escola chega até eles por meio de convites feitos pelos professores ou quando oferecem um ambiente acolhedor para interagir”, explica Elena Lopez, vice-diretora do Harvard Family Research Project.

Como uma forma de estimular o engajamento de famílias e escolas pela mudança da educação brasileira, há dois anos o movimento Todos Pela Educação lançou a campanha “5 Atitudes pela Educação”, que propõe ações cotidianas para acelerar avanços educacionais.

“Valorizar a educação e fazer a sua parte não é necessariamente fazer um acompanhamento acadêmico”, diz Priscila, ao destacar outras ações podem ser efetivas, como promover a valorização do professor, ajudar a desenvolver habilidades importantes para vida, incentivar que as crianças e jovens entendam a educação como um valor importante, apoiar o projeto de vida dos alunos e ampliar o repertório cultural e esportivo deles.

Muito além do domínio de conteúdos escolares, a diretora executiva do Todos Pela Educação afirma que a família tem um papel fundamental de apoiar os alunos durante diferentes etapas. Se na educação infantil a criança precisa de afeto e referências para se desenvolver, quando ela chega na primeira etapa do ensino fundamental os pais ou responsáveis precisam valorizar a leitura para apoiar a sua alfabetização. Na adolescência, quando o estudante passa para os anos finais do Ensino Fundamental, a escola assume um papel muito importante de ajudar a família a compreender e se reconectar com o universo dos adolescentes. Já no Ensino Médio, as preocupações devem ser voltadas para ajudar os jovens no seu projeto de vida.

“Tem inúmeras maneiras da família ajudar a escola no crescimento do aluno. A própria presença da família já é a coisa mais importante”, defende o diretor Eliseu Paiva, da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Dr. César Cals, em Fortaleza (CE). De acordo com ele, os pais querem ver os filhos crescerem e querem saber de que maneira a escola pode ajudá-los a atingirem seus objetivos.

Em 2009, quando o diretor assumiu a gestão da escola, as reuniões chegavam a juntar apenas 24 pais ou responsáveis. Hoje, os encontros acontecem aos sábados e já dão conta de reunir mais de 400 famílias para apresentar a prestação de contas do trabalho realizado pela escola, refletir sobre temas importantes para a educação dos alunos e também tratar do acompanhamento escolar dos adolescentes. Segundo ele, a presença de quase um terço das famílias é resultado de diferentes estratégias. Entre elas, o uso de redes sociais para facilitar a comunicação e a designação de um professor por classe para assumir a posição de diretor de turma, que fica responsável por mediar o contato com as famílias.

De acordo com os resultados da pesquisa Cultivando a Aprendizagem Diária, realizada pela Fundação Lemann, a empresa de investimento em filantropia Omidyar Network e a consultoria de inovação IDEO, as competências socioemocionais e a concepção de aprendizagem como uma habilidade para a vida podem formar a ponte que aproxima o trabalho da família e da escola. “O elemento comum que une esses dois atores é justamente o objetivo final de que a educação prepare as crianças para a vida”, comenta Camila Pereira, diretora de projetos da Fundação Lemann.

Ao pesquisar o que motiva o envolvimento da família na educação, a publicação identificou que os pais ou responsáveis não se sentem qualificados para ajudar os filhos nos conteúdos escolares, mas acreditam ser responsáveis por apoiar no desenvolvimento de habilidades para a vida. “Em casa, você está mais preocupado se o seu filho será uma pessoa feliz e se ele conseguirá alcançar seus objetivos”, explica Camila.

Embora muitas famílias tenham o desejo de se envolver mais, muitas não sabem por onde começar. Além disso, a pesquisa também identificou que existem diferentes níveis de engajamento. Antes que os pais estejam mobilizados para influenciar mudanças políticas educacionais, eles devem estar engajados com a educação dos filhos dentro de casa. A partir daí, eles conseguiriam se conectar mais com a escola e, em um terceiro estágio, poderiam criar um compromisso com a educação em uma esfera maior. “Seria muito difícil você ser um pai engajado por uma educação pública de qualidade se você não tivesse uma conexão muito forte com o seu filho e muito forte com a escola dele. ”


quinta-feira, 20 de setembro de 2018

O papel do psicopedagogo frente ao autismo


Entre os vários atendimentos terapêuticos dos quais uma criança autista necessita, a intervenção psicopedagógica é extremamente importante para o desenvolvimento intelectual, social, afetivo e corporal.

O psicopedagogo é um profissional indispensável,altamente relevante na atuação da vida da criança com TEA (Transtorno do Espectro do Autismo). Se pensarmos sem a participação desse profissional, provavelmente estaremos bloqueando a possibilidade de essas crianças terem assegurado um processo de aprendizagem mais significativo e lúdico, sua socialização mais fidedigna, seu desempenho cognitivo reabilitado e a descoberta de seus estímulos assegurada com resultados extraordinários; ou seja, perde-se a qualidade do atendimento multidisciplinar e a oportunidade de otimizar todo processo da aprendizagem e do desenvolvimento desse individuo.

Por ser um profissional de investigação na relação da criança com a aprendizagem e suas dificuldades, ele identifica e atua nas causas que promovem esse insucesso, orientando os profissionais envolvidos com a criança e seus familiares, tornando a vida dessa criança mais saudável. O importante é valorizar todo o conhecimento que essa criança traz do seu mundo, considerando suas experiências, aprendendo com ela, respeitando suas limitações e favorecendo uma relação de confiança e prazer.

O papel do psicopedagogo diante do diagnostico de autismo é de tentar preparar ou remediar a falta de conhecimento familiar e educacional e contribuir na aquisição da aprendizagem, no desenvolvimento da autoestima e na formação da personalidade humana.Ajudando a criança autista a se sentir pertencente e inserida no contexto escolar, integrada na família e na sociedade; o psicopedagogo, por sua vez, sentirá que seu trabalho de intervenção será mais produtivo.

Fonte: Copop

terça-feira, 18 de setembro de 2018

Tecnologia na infância: qual o limite?


Se até pouco tempo atrás os pais penavam para encontrar a dose ideal de televisão e videogame na vida das crianças, hoje eles ainda precisam incluir tablet, celular e computador na mesa de negociações.

Definitivamente é impossível imaginar uma infância livre da influência dos equipamentos eletrônicos. Por isso, os limites recomendados de utilização dessas tecnologias não param de ser revistos, bem como a maneira com que os pequenos deveriam interagir com as telas.

Em outubro do ano passado, a Academia Americana de Pediatria lançou um documento que afrouxa um pouco algumas de suas antigas orientações. O primeiro contato com o universo digital, por exemplo, que antes só deveria ocorrer após os 2 anos de idade, agora está permitido a partir dos 18 meses, desde que com supervisão e participação ativa dos pais.

Já para os mini-internautas entre 2 e 5 anos, a tolerância caiu para apenas uma hora ao dia – antigamente eram duas. Depois, indica-se que a frequência seja personalizada. “Essa é uma questão de saúde pública, uma vez que as crianças estão cada vez mais expostas às telas. E isso em um momento crucial para o desenvolvimento de habilidades que serão importantes por toda a vida”, alerta a neuropediatra Liubiana Arantes Regazoni, da Sociedade Brasileira de Pediatria(SBP).

A entidade lançou em novembro último o seu próprio guia, intitulado Manual de Saúde de Crianças e Adolescentes na Era Digital. A publicação segue, em grande parte, os posicionamentos da associação dos Estados Unidos, mas é um pouco mais rígida em relação aos que ainda usam fraldas.

“O ideal é que o contato com eletrônicos não aconteça antes dos 2 anos, sobretudo nas duas horas que antecedem o sono e durante as refeições”, completa Liubiana, que preside o Departamento de Pediatria do Desenvolvimento e Comportamento da SBP.

Apesar de liberarem com restrições a utilização de telas nessa faixa etária, os pediatras americanos, assim como os brasileiros, enxergam poucos benefícios no hábito. “Os riscos são maiores do que as vantagens educacionais”, afirma a pediatra Jenny Radeski, da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, e uma das envolvidas na elaboração das diretrizes de lá.

“Até os 2 anos e meio, os bebês não conseguem transferir o que veem na tela para a realidade. Portanto, precisam ser ensinados sobre o que estão assistindo para que associem a experiências reais”, explica a pesquisadora. “É assim que o conhecimento se fixa.”

Isso vale para todas as fases, mas, principalmente entre o primeiro e o segundo aniversário, o cérebro necessita de boas doses do mundo à sua volta para que se estruture como o esperado. “É um período em que, por causa dos estímulos recebidos do ambiente externo, aumentam as sinapses, ou seja, as conexões entre os neurônios”, explica Telma Pantano, fonoaudióloga e psicopedagoga da Universidade de São Paulo (USP).

Os tais incentivos, que podem ser palavras, toques, brinquedos, músicas ou livros, servem como uma espécie de asfalto para a construção dessas pontes cerebrais, que conectam novas áreas na mente em amadurecimento, como a formação da personalidade e o aperfeiçoamento da linguagem.

O tempo que o pequeno passa sozinho, de cara na tela, não ajuda em nada disso. Pelo contrário. “Ele dificulta o desenvolvimento da empatia e do autocontrole e a capacidade de lidar com relacionamentos”, diz o neuropediatra Erasmo Casella, do Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista.

Então, para garantir que o dispositivo não transforme a criança numa ilha, os especialistas consideram imprescindível, nos primeiros anos de vida, que os pais desbravem com ela os conteúdos oferecidos na tela e na rede.

Os impactos negativos do exagero não ficam restritos aos aspectos comportamentais e emocionais. Tem também a ameaça do sedentarismo. Uma pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) avaliou os hábitos de 21 voluntários com idade entre 8 e 12 anos e constatou que 14 deles não praticavam nenhuma atividade física.

“Quando perguntamos o que gostavam de fazer no final de semana, a maioria respondeu brincar com jogos eletrônicos, o que já acontecia nos outros dias”, revela a pedagoga Ana Lúcia Meneghel, autora do trabalho. E você sabe: essa moleza é um convite à obesidade.

Para que o corpo e a cabeça da meninada valham por mil processadores, os especialistas dizem em uníssono: brincar é essencial. “Os desafios trazidos pela brincadeira formam estruturas cerebrais ligadas à inteligência matemática e à noção de espaço, por exemplo”, justifica Ana. Para isso, é preciso olhar em volta, segurar objetos, movimentar-se… No estudo, as crianças que eram mais fãs dos aparelhos tiveram mau desempenho quando testadas essas habilidades.

Na sala de aula a história também desanda. “A luz emitida pelo visor reduz a produção de melatonina, hormônio indutor do sono”, observa Liubiana. Sem a substância, fica difícil adormecer e há maior risco de despertares na madrugada. “O sono de má qualidade interfere na concretização de memórias e do aprendizado do dia”, aponta a neuropediatra.

Fora que, após uma noite tumultuada, quem consegue prestar atenção na lição? Há mais por trás do dever de casa incompleto. “Um game que dá pontos, por exemplo, libera no cérebro muita dopamina, substância ligada ao prazer”, detalha Casella. A princípio, isso não parece ruim, certo? “A questão é que esse processo não ocorre de forma tão intensa em outras ocasiões, como na escola. Daí a criança pode achar os estudos entediantes”, problematiza.

Para tornar essa realidade menos tecnológica (e maléfica), não dá para esperar que os menores resolvam se desapegar dos aparelhos. Os adultos precisam dar o exemplo. “Inclusive pesquisas sugerem que há menos conexão emocional e até mais conflitos se os progenitores ficam totalmente absortos nos seus smartphones”, destaca Jenny.

Portanto, o uso saudável não vale somente para os baixinhos. “Famílias que ficam só assistindo à TV ou cada um com seu celular enfraquecem seus vínculos”, reforça a psicóloga Elizabeth Monteiro, autora do livro Criando Filhos em Tempos Difíceis (Summus). “Isso fará falta na adolescência, quando os pais perdem autoridade e os filhos se afastam”, completa.

Mas não dá para ser extremista, vamos combinar. Na rotina corrida, às vezes ligar a tela funciona como uma forma de “desligar” um pouco o rebento para, assim, poder cuidar dos afazeres domésticos. “Se o pai for lavar a louça, não vejo mal em deixar o bebê assistir a um programa educativo por alguns minutos”, diz Jenny.

Uma saída para driblar os excessos é estabelecer períodos offline diários para toda a família. Entre os mais velhos, a preocupação vai além: a internet. “O perigo é a exposição a conteúdos inadequados e o bullying virtual”, ressalta Liubiana. Já o vício nas redes sociais, território que deveria ser evitado até os 13 anos, pode ser nocivo por fomentar ansiedade e baixa autoestima.

Qual seria, então, a hora certa para dar um dispositivo eletrônico à criança? “Nunca antes dos 12 anos”, declara Telma. Até essa idade, a dica é deixar o pequeno emprestar o aparelho de algum adulto. “Esse comportamento ajuda a transmitir a mensagem de que o controle segue na mão dos pais”, justifica a psicopedagoga da USP.

Também não adianta encarar a tecnologia como vilã. Até porque, em muitos casos, ela é uma baita mão na roda. Tanto é que as diretrizes citadas no início da reportagem dizem respeito apenas ao uso enquanto entretenimento puro e passivo. “Tudo aquilo que os pais fizerem com os filhos, como usar a videoconferência, tirar fotos ou jogar, não conta”, diferencia Jenny. O conselho é dar a mão ao rebento sempre. No mundo real e no digital.

Consequências do abuso do tempo em frente às telas
  • Sedentarismo e ganho de peso
  • Dificuldade de aprendizado
  • Atrasos no desenvolvimento cognitivo
  • Sono prejudicado
  • Ansiedade
  • Hiperatividade
  • Problemas de concentração
  • Falta de noção de espaço
  • Irritabilidade

Fonte: Saúde

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Pais e filhos: como lidar com a adolescência


A adolescência é um período delicado na vida de grande parte das pessoas. Neste período de formação do ser humano existem transformações intensas: são modificações físicas, psicológicas, hormonais e cognitivas. Fora isso, o adolescente precisa lidar com diversas descobertas e a necessidade de pertencer a algum grupo social.

Estar na metade do caminho entre a infância e a fase adulta gera muita ansiedade – o jovem ainda não tem a maturidade suficiente para tomar decisões e, ao mesmo tempo, os desejos individuais surgem com mais força e isso pode gerar conflitos com os pais e desencadear outros problemas como:
  • Dificuldade com estudos
  • Crises de ansiedade
  • Traumas familiares
  • Falta de diálogo com os pais
  • Dificuldade para tomar decisões
  • Baixa autoestima
  • Insegurança
  • Depressão

Como lidar com a adolescência do seu filho?

O primeiro passo para lidar com essa fase é entender e aceitar que seu filho está crescendo, formando suas próprias ideias e opiniões. É muito comum que alguns pais criem mecanismos que geram dificuldade de entender que aquela criança que viram nascer está se desenvolvendo e caminhando para vida adulta.

Esse comportamento acaba fazendo com que os pais criem regras muito rígidas e dificultam os processos normais que os jovens precisam passar durante essa fase. É importante que os pais façam a seguinte reflexão: os limites que estão sendo colocados são para proteger os filhos ou a si mesmo?

A adolescência é um período em que o indivíduo precisa experimentar coisas novas e todo esse processo é uma fase fundamental para o seu desenvolvimento. Procure evitar e retardar mudanças inevitáveis ou dificultar situações novas como:
  • Começar a trabalhar;
  • A escolha da própria carreira
  • O início da vida sexual
  • As transformações na vida social
  • Tendências políticas e religiosas diferentes da família

Dicas de Inteligência Emocional para lidar com filhos adolescentes

  • Mantenha um diálogo horizontal
  • Tente entender os pontos de vista do seu filho
  • Quando precisar punir, explique os reais motivos para o castigo
  • Reflita se suas próprias atitudes estão de acordo com o que você cobra dos jovens
  • Faça criticas construtivas e procure sempre elogiar os acertos

Desenvolva sua Inteligência Emocional e tenha uma vida familiar mais saudável

Quando os filhos entram na adolescência, é preciso fazer algumas modificações na maneira como você lida e conversa com eles. Procure conversar sobre suas próprias experiências e estabeleça uma relação de confiança para que o jovem se sinta confortável o bastante para dividir as situações que está vivendo durante essa fase.

Lembre-se: muitas vezes, o medo de ser repreendido pode fazer com que seu filho se afaste e tente esconder suas experiências, dúvidas e medos. Desenvolver sua Inteligência Emocional é essencial para lidar com este momento e manter um ambiente familiar saudável e com mais harmonia. 

Fonte: SBIE

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Como reagem as crianças diante das mudanças da família?


Se é difícil para um adulto, para as crianças pode ser um problema. Uma mudança de casa ou de cidade, independentemente das circunstâncias, sempre supõe muito trabalho e algumas dores de cabeça para as famílias. Nem sempre estamos preparados para as mudanças. E se isso é uma dificuldade para os adultos, pode ser estressante para as crianças. Pode representar um problema para os menores, se não forem preparados com antecedência para a nova realidade.

Organizar uma mudança para as crianças

Como tudo, a reação de uma criança diante de uma mudança de casa dependerá muito da idade que tenha. Até os 2 ou 3 anos de idade, sua reação não requer preocupações. Nessa idade, as crianças podem adaptar-se perfeitamente às mudanças. Sentirão, é claro, se perceberem que seus pais os inquietam ou lhes preocupam. As crianças sentem tudo e absorvem até as preocupações dos pais. As crianças são afetadas grandemente pelo estado de ânimo e atitudes dos pais. No caso de mudança de casa, as crianças necessitarão que seus pais lhes transmitam uma mensagem de tranquilidade e segurança.

Explicar a uma criança pequena sobre uma mudança de casa pode se tornar algo muito divertido. Utilize algum conto, ou simule uma história de famílias que trocam de casa utilizando massa de modelar, desenhos, brinquedos, ou o que te ocorrer. A diversão e a informação estarão asseguradas.

Conselhos para mudar de casa com as crianças
No caso de crianças maiores, a partir dos 3 anos de idade, alguns psicólogos aconselham que os pais sigam alguns passos:

1- Deve-se explicar claramente à criança, e de uma forma positiva, o porque da mudança. E no caso da criança lhe fazer perguntas, não a deixe sem respostas.


2- É aconselhável que familiarize a criança, da melhor forma possível, com a nova casa, sua vizinhança, etc. Mostre-lhe fotografias, mapas, etc. Se for possível, leve seu filho para visitar a nova casa antes da mudança.

3- Explique a criança sobre as vantagens que terá ao mudar de casa. Diga que fará novos amigos, que terá uma nova casa, e se concentre somente nos benefícios que trará a mudança.

4- Criança gosta de novidades. Descreva o lugar onde está localizada a nova casa ou apartamento. Anime-a dizendo que terá parques, muito verde, mais espaço para brincar, que estará mais perto da escola, e do que ocorrer, desde que seja verdade.

5- Vá adiante das preocupações que possa ter seu filho. Diga, por exemplo, que ele não perderá seus amiguinhos da vida toda. Que continuarão encontrando-se sempre que for possível.

6- Quando a mudança estiver feita, anime a criança a explorar o local, a descobrir lugares secretos, além de pedir sua ajuda para decorar seu novo +, e determinar lugares para seus brinquedos.

7- O melhor momento para uma mudança de casa é no período das férias escolares, ou de algum feriado longo. Se você vê que seu filho pode colaborar, inclua-o nos trabalhos da mudança. Mas se você percebe que seu filho não se interessa ou tanto faz para ele, é melhor que fique durante os dias da mudança, na casa de algum familiar, ou de algum amigo de confiança. Assim o manterá afastado de todo o estresse que pode ser uma mudança.

8- Convide seu filho a separar os brinquedos que ele quiser levar para a nova casa, e a colocá-los em uma caixa. Se a criança já sabe escrever, peça-lhe que coloque uma identificação na caixa.

9- Evite que a mudança de casa não coincida com outras mudanças na vida da criança. Por exemplo, com as mudanças do berço para a caminha, com a retirada das fraldas, e muito menos em meio a uma separação de casal. Cada mudança na sua hora.